Soares da Costa e Triumph. Trabalhadores em protesto

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Esta quinta-feira é dia de protestos laborais nas empresas Soares da Costa, uma construtora de capitais angolanos com sede no Porto, e na multinacional alemã Triumph, em Loures.

Na Soares da Costa, realiza-se uma concentração nos estaleiros centrais da empresa, em Gaia, depois da construtora ter anunciado quarta-feira o despedimento coletivo de 500 trabalhadores. Segundo a administração, é preciso sacrificar 500 para salvar os restantes 3500 empregos, em Portugal e Angola.

Em Loures, realiza-se uma concentração às 17h em protesto contra a ameaça de encerramento da base fabril da Triumph que emprega 530 pessoas, caso o processo de venda não tenha sucesso. O presidente da Câmara, Bernardino Soares, marcará presença no protesto. Segundo o autarca comunista, a venda da fábrica da Triumph “é uma hipótese a rejeitar em absoluto” pelo forte impacto negativo no concelho e no país. Bernardino Soares acredita que da parte do governo haverá uma intervenção por se tratar de uma “marca e uma empresa com prestígio a nível nacional e internacional”.

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A Triumph já confirmou que a base de Sacavém “encontra-se num processo de alienação”, que esse “processo decorrerá em 2016”. A multinacional desistiu da unidade portuguesa e concentra os esforços no processo de venda “para evitar o encerramento da fábrica”, sem revelar a identidade das empresas interessadas.

Turbulência na Soares da Costa

Na Soares da Costa, a agitação laboral é antiga e tornou-se um dos fatores que leva o empresário António Mosquito a não querer ver o seu nome associado à construtora. Mosquito renunciou ao cargo de presidente do Conselho de Administração e está a a negociar a venda sua posição maioritária (67%) através de uma sociedade registada no Luxemburgo.

A construtora conta 270 trabalhadores inativos há vários meses por falta de obras e com salários em atraso.

Esta quinta feira, os protestos, marcados antes do anúncio do despedimento coletivo, arrancam logo de manhã. A concentração exige o pagamento dos salários em atraso e do subsídio de Natal e combater o programa de despedimentos. Em Luanda têm-se registado igualmente ações de protesto.

Na carta em que deu conta da decisão de cortar 500 empregos, a construtora justifica os despedimentos com a falta de obras em Portugal e Angola e os prejuízos acumulados. Em 2014, a Soares da Costa faturou 265 milhões de euros, um valor que compara com 520 milhões, em 2012.

O presidente-executivo da construtora, Joaquim Fitas diz que encontrou a empresa em pior situação do que imaginava e que e estrutura não estava adaptada á dimensão do negócio.

Abílio Ferreira (Rede Expresso)

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