Sócrates acusa PSD de querer aumentar a instabilidade política

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O líder do PS diz que o PSD lançou “um estratagema constitucional” apenas para aumentar a instabilidade política.

O primeiro ministro acusou hoje o PSD de ter lançado “um estratagema constitucional” apenas para aumentar a instabilidade política, criticando o regresso ao “passado” proposto pelos sociais democratas.


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José sócrates, discursa na sessão de encerramento do XVII Congresso da JS

“Isso não é nenhuma proposta de futuro, isso, bem pelo contrário, é um regresso ao passado e é criar condições para promover circunstâncias de instabilidade política”, afirmou o primeiro ministro e secretário geral do PS, José Sócrates, numa intervenção no encerramento do Congresso da Juventude Socialista, que decorreu em Lisboa.

Numa resposta às propostas lançadas no sábado pelo líder do PSD de revisão da Constituição, nomeadamente a consagração da possibilidade do Presidente da República demitir o Governo, José Sócrates deixou duras críticas aos sociais democratas, acusando-os de estarem a utilizar “um estratagema constitucional com vista a aumentar também as condições de instabilidade do nosso sistema político”.
Interesses mesquinhos

“Isso nada tem a ver com o futuro, tem apenas a ver com os interesses mesquinhos e conjunturais de um partido cujo único pensamento é fazer o possível para definir um modelo constitucional que provoque ainda mais instabilidade e que dê agora mais possibilidades para haver instabilidade política no nosso país”, acusou.

Lamentando a “forma tão vazia e com tantas generalidades” e “vulgaridades” com que se fala sobre o futuro, o secretário geral dos socialistas considerou ainda que a proposta de o Presidente da República poder demitir o Governo é “um regresso ao passado”, ao tempo “em que havia Governo atrás de Governo, instabilidade atrás de instabilidade, em que os problemas se somavam uns aos outros”.

“Não é assim que constrói o futuro”, disse, salientando que o PS não aceita que se queira “ajustar contas com a história, pensando que esta Constituição precisa de ser limpa e assumindo, portanto, que é uma Constituição que nos envergonha”

“O que a direita quer é fazer uma revisão constitucional que no fundo acabe com a gratuidade e com a universalidade do Serviço Nacional de Saúde e no fundo implementar um sistema de co-pagamento, quer na saúde, quer na educação”, acrescentou, retomando uma ideia já por si deixada no encerramento das jornadas parlamentares socialistas.

José Sócrates voltou também a falar da sugestão deixada pelo líder do CDS-PP, Paulo Portas, durante o debate do Estado da Nação, para que abandone o Governo, ligando esse argumento com a proposta do PSD de revisão constitucional.

“O que eu verifico agora é que todas as semanas as lideranças políticas da direita se saem com mais uma proposta com vista a definir ou a propor de cima da mesa um novo método para criar uma crise política, um novo método para criar instabilidade, um novo método para afinal de contas eles chegarem ao poder”, referiu.

Porém, enfatizou, o país não precisa de lideranças políticas que apresentem propostas de “um arranjinho palaciano para mudar de Governo e para provocar uma crise política” ou “estratagemas constitucionais” para aumentar as condições de instabilidade do sistema político.

Dirigindo-se, então, aos que “se comportam com base no cálculo” e que “só pensam em joguinhos de poder“, o secretário geral socialista deixou uma aviso final.

“Os outros estão a ver e, neste momento, os portugueses sabem bem o que exigem dos seus políticos: não é que se comportem em função da oportunidade, da popularidade fácil. Neste momento o que pedem aos políticos é que se empenhem em soluções responsáveis para responder aos desafios do país”, alertou.

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