Soldados Israelitas e Líbaneses trocaram tiros na fronteira

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Dois soldados libaneses, um jornalista libanês e um oficial de alta-patente israelita morreram numa troca de tiros, ocorrida hoje, na fronteira entre Israel e o Líbano. A confrontação entre os dois países foi já considerada a mais grave desde o conflito que, em 2006, opôs o exército israelita aos islamitas do Hezbollah. O Conselho de Segurança da ONU reúne-se hoje, à porta-fechada, para discutir o aumento da tensão provocado por este incidente.

O Governo israelita avisou entretanto o Líbano de que “haverá consequências” se a violência continuar.
“Israel considera o Governo libanês como responsável por este grave incidente”, lê-se num comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros israelita.

Por seu lado o primeiro-ministro libanês Saad Hariri condenou a “agressão israelita” e disse que a soberania do seu país tinha sido violada.

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Quatro horas depois do início dos incidentes o exercito libanês veio declarar que já não havia troca de tiros. O general Santi Bonfanti, comandante da Força das Nações Unidas no Líbano (FINUL), deslocou-se ao local onde se deram os confrontos para avaliar a situação.

Os libaneses dizem que abriram fogo depois de tropas israelitas terem entrado no Líbano.

De acordo com o exército libanês, uma patrulha de soldados israelitas atravessou a fronteira para derrubar uma árvore na aldeia libanesa de Adaysseh, por esta estar a bloquear a sua visibilidade. A mesma fonte afirma que as tropas libanesas dispararam tiros de aviso e que os israelitas responderam com fogo de artilharia e de helicópteros

“A patrulha não se deteve apesar da intervenção da FINUL para lhe impedir a passagem. O exército libanês interveio fazendo uso de armas de fogo e de lança-foguetes do tipo RPG”, lê-se no comunicado dos militares libaneses.

Segundo o texto, o exército israelita respondeu com fogo de armas automáticas e de blindados, alvejando as posições do exército e casas de civis e provocando baixas.

incialmente o Líbano disse que que três dos seus soldados foram mortos e quatro feridos. Horas depois o exército reviu em baixa este número, confirmando que apenas dois soldados tinham sido mortos.

Durante os confrontos morreu também o jornalista Assaf Abou Rahal, correspondente do jornal libanês Al-Akhbar, que é considerado próximo de movimento Hezbollah. Um outro jornal, o Al Manar, referiu por seu lado que o seu correspondente no sul do país, Ali Cheaïb, tinha ficado ligeiramente ferido.

Uma versão totalmente diferente é dada por Israel. Segundo os israelitas, os seus soldados encontravam-se do lado israelita da fronteira, perto da localidade de Kiryat Shemona, quando foram avisados para deixarem a área,

“Os soldados levavam a cabo uma actividade rotineira, em território israelita, numa área que fica entre a “linha azul” (a fronteira internacionalmente reconhecida entre Líbano e Israel) e a vedação de segurança, por isso em território de Israel”, pode ler-se num comunicado das Forças de Defesa Israelitas.

“O exército libanês abriu fogo na direcção da posição do exército (israelita) ao longo da fronteira libanesa no Norte de Israel. A força encontrava-se em território israelita onde levava a cabo trabalhos de manutenção de rotina, em coordenação com a FINUL”, prossegue o comunicado israelita.

Na sua edição online, o jornal israelita Haaretz especula entretanto que o incidente pode ter sido causado porque um dos lados identificou incorrectamente a localização da fronteira

Inicialmente o exército judaico disse que dois oficiais tinham ficado feridos, mas confirmou mais tarde que um oficial de alta-patente tinha sido morto.

O militar de 45 anos foi identificado como o tenente-coronel Dov Harari de Netanya, que comandava o corpo de engenharia.

Conselho de Segurança debate situação
Em consequência do incidente o Presidente libanês, Michel Sleimane convocou o Conselho Superior da Defesa do país. O Presidente sírio Bachar al-Assad telefonou ao seu homólogo libanês para garantir que “a Síria se mantém ao Lado do Líbano” e em Gaza o movimento Hamas denunciou o que disse ser uma “agressão sionista”.

A pedido do Líbano o Conselho de Segurança marcou uma reunião à porta-fechada para debater a escalada das tensões na região.

O tiroteio ocorre um dia depois de um ataque com rockets que visou a estância turística israelita de Eilat no mar vermelho. Um destes rockets desviou-se da rota e acabou por causar uma vítima mortal no porto jordano de Aqaba.

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