Somália: Novos bombardeamentos em Mogadíscio fazem pelo menos 9 mortos e 18 feridos

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Pelo menos nove pessoas morreram e 18 ficaram feridas após confrontos entre forças governamentais e da União Africana e rebeldes islâmicos, que bombardearam as imediações do palácio presidencial de Mogadíscio durante uma celebração.

Milicianos do Al-Shabab, grupo ligado à Al-Qaida que controla grande parte do território somali, atacaram as imediações do palácio com morteiros quando o presidente do governo federal transitório, Sharif Sheikh Ahmed, pronunciava um discurso no âmbito do 50.º aniversário das forças armadas da Somália.

Em simultâneo, os rebeldes bombardearam o principal acampamento da Missão da União Africana no país (AMISOM), apoiante do governo transitório, que respondeu ao ataque bombardeando o mercado de Bakara, o maior da cidade, e o bairro de Hawlwadag, controlado pelos radicais islâmicos.

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Fontes dos serviços de assistência de Mogadíscio assinalaram que pelo menos nove pessoas morreram e 18 ficaram feridas em consequência do ataque, que um porta-voz do Al-Shabab classificou de “crime” das forças da União Africana, acusação que foi negada por Brigye Ba-Hoku, porta-voz de AMISOM.

Por seu lado, Sheikh Ali Mohamud, porta-voz do Al-Shabab, declarou à agência noticiosa espanhola Efe que os atentados vão prosseguir até que os “cruzados” se retirem da Somália.

Entretanto, no seu discurso, o presidente do governo federal transitório pediu às forças armadas somalis que estejam preparadas para lutar contra o Al-Shabab e o Hezb al-Islam, grupos que pretendem converter o país e a zona Este de África num Estado islâmico radical.

“O nosso povo sofre os seus piores tempos e sofre o castigo dos terroristas, pelo que devemos deixar de parte as nossas diferenças e trabalhar com vista ao interesse nacional”, afirmou o presidente.

Seikh Ahmed manifestou-se esperançado em extinguir, em breve, os grupos radicais rebeldes – uma intenção anunciada há meses mas cuja concretização se deparou com falta de equipamento, treino e recursos.

A Somália vive a maior crise humanitária de sempre, agravada pelo facto de o Al-Shabab impedir a atuação das organizações humanitárias internacionais, responsáveis pela ajuda médica e alimentar a milhões de somalis.

O país, sem governo efetivo desde 1991, quando foi derrubado o ditador Siad Barre, vive numa guerra civil em que participam senhores tribais, grupos islâmicos e criminosos que disputam o território.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

JA/Lusa

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