Pedro Fernandes foi encontrado carbonizado no seu automóvel num descampado de Cracóvia, a terceira maior cidade da Polónia. Um suspeito já se encontra preso e o motivo terá sido “pessoal”.
A polícia de Cracóvia deteve quarta-feira um homem de 44 anos, suspeito de ter morto, com um tiro na cabeça, o administrador do grupo Mota Engil na Polónia. Pedro José Alves Fernandes, encontrado segunda-feira carbonizado dentro do seu automóvel, terá sido assassinado por motivos passionais.
A procuradora Boguslawa Marcinkowska, citada pela imprensa polaca, disse que na origem do sucedido se encontram “motivos pessoais”. O suposto assassíno terá começado por negar o crime para assumir que disparou uma arma “acidentalmente” e que, quando percebeu que Pedro Fernandes estava morto, resolveu deitar fogo ao carro e desfazer-se da arma.
Na audiência, Miroslaw F. disse ao tribunal que descobrira uma troca de SMS entre a sua esposa e o português e, por isso, marcara com ele uma conversa para o convencer a terminar essa relação, a qual, segundo acreditava, tinha levado a sua mulher a pedir o divórcio.
Os homens estariam a conversar dentro do Toyota Land Cruser de Pedro Fernandes, quando os ânimos se exaltaram. Miroslaw F. terá puxado de uma pistola para amedrontar o administrador da constutora portuguesa responsável por uma série de obras que a empresa efetua na Polónia, desde 2010.
Família chamou a polícia
O suspeito, segundo diversos jornais polacos, disse que queria apenas bater-lhe e não tinha intenção de o matar. Afirmou que levara arma para sua defesa, mas que a disparou sem querer e, na confusão, deu mais cinco tiros acabando por acertar na cabeça de Pedro Fernandes.
Perante o sucedido, terá então levado o jipe com o corpo para um descampado, na zona de Mydlniki, em Cracóvia, ateado fogo ao veículo, atirado a arma ao rio de cima da ponte de Grunwald e ido para casa, onde, transtornado, contou à família o que acabara de fazer e esta chamou a polícia.
Miroslaw F. foi então detido e presente a tribunal que, aceitando o pedido do Ministério Público, confirmou a prisão por um período de três meses, tempo em que o caso será investigado.
Os bombeiros tinham encontrado, na noite de segunda-feira, o jipe ainda a arder e descoberto o corpo totalmente carbonizado. Na terça-feira, Catherine Dobranska, dos escritórios da Mota Engil em Carcóvia, dissera à “Gazeta.pl”, que não tinham tido qualquer contacto com Pedro Fernandes no dia anterior.