Suspensão cautelar da Clínica de Lagoa “manter-se-á até apuramentos dos factos”

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O delegado regional de Saúde do Algarve disse hoje que a suspensão cautelar da clínica de Lagoa, onde quatro pessoas sofreram infeções oftalmológicas após serem tratadas, vai “manter-se-á até apuramento dos factos”.

Francisco Mendonça disse à agência Lusa que no dia 27 de julho teve conhecimento “através da Direcção Geral de Saúde (DGS) de que tinham dado entrada nos serviços de oftalmologia do Centro Hospitalar de Lisboa Central quatro doentes com endoftalmologias [infeções] graves e prognóstico reservado, todos intervencionados no mesmo dia [20 de julho] nessa clínica”.

O Delegado Regional de Saúde do Algarve precisou tratar-se da clínica I-Qmed, situada em Lagoa, “que estava em processo de licenciamento, ao abrigo do decreto-lei 279/2009, de 06 de outubro, que veio simplificar os processos de licenciamento e permite o funcionamento das mesmas enquanto esse decorre”.

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“Esse processo simplificado remete a responsabilidade para os médicos e para o diretor da clínica”, acrescentou.

Francisco Mendonça disse, no entanto, que no que respeita à I-Qmed “apenas tinha dado entrada um pedido na autarquia de Lagoa para conversão do edifício em clínica, ao qual foi dado parecer positivo” pelas autoridades de saúde.

Enquanto a IGAS realiza o seu trabalho, pende sobre a clínica uma suspensão cautelar, que se manterá “até o apuramento dos fatos, sem prejuízo do apuramento da legalidade”, disse a mesma fonte.

A suspensão foi decretada pelo delegado regional de saúde no dia 27 de julho, após a DGS o ter informado de que os quatro doentes intervencionados na clínica de Lagoa tinham dado entrada no centro Hospitalar de Lisboa Central com infeções graves.

“Determinámos a suspensão da actividade e deslocámo-nos ao local, mas verificámos que a clínica já estava encerrada para obras e estas estavam a decorrer”, afirmou Francisco Mendonça.

O delegado regional disse ainda que o diretor da clínica está no estrangeiro e aguarda o seu regresso a Portugal para esclarecimentos.

Na sequência de uma intervenção oftalmológica na clínica I-QMed de Lagoa, no Algarve, quatro doentes ficaram em risco de cegar e estão com “prognóstico muito reservado” no Hospital dos Capuchos, em Lisboa.

A Inspecção Geral das Actividades em Saúde (IGAS) está a investigar desde 28 de julho esta clínica privada, disse à Lusa uma fonte do Ministério da Saúde.

Um dos doentes, uma mulher de 35 anos, foi operada para colocar lentes intra-oculares, e os outros três fizeram operações para tratar cataratas.

Dois dias, depois a mulher de 35 anos deu entrada na urgência do Hospital de São José com uma infeção grave. Os outros doentes chegaram a São José no dia 26 de julho com os mesmos sintomas.

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