Tartarugas devolvidas ao mar ao largo de Portimão

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“Hope” e “Hércules” são as duas tartarugas Caretta caretta, uma espécie ameaçada, que foram ontem, no Dia Nacional da Conservação da Natureza, devolvidas ao Atlântico depois de meses hospedadas no Centro de Reabilitação do Zoomarine, no Algarve.

A bordo do navio da Marinha de Guerra Portuguesa “NRP João Roby” e a 22 quilómetros da costa de Portimão, os secretários de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, e da Defesa Nacional e Assuntos do Mar, Marcos Perestrello, tiveram o privilégio de devolver ao habitat natural e a uma profundidade de 70 metros as tartarugas “Hope” e a “Hércules”.

“Hope” – em português esperança –, a tartaruga que em janeiro um grupo de pescadores de Tavira encontrou presa num emaranhado de redes com a barbatana peitoral esquerda danificada e que teve de ser amputada, foi a primeira a ser libertada ao mar pelas mãos de Marcos Perestrello.

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Depois da “Hope”, que entrou com cinco quilos e meio de peso no Zoomarine, e regressou à vida selvagem com o dobro do peso, foi a vez de “Hércules”, a tartaruga recolhida em Sines também por pescadores, ser solta pelo secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa.

“Estamos a retribuir ao mar um dever que temos para com ele”, declarou Humberto Rosa, depois de libertar Hércules no Oceano Atlântico, louvando o trabalho dos pescadores pelo fato de salvarem os animais que encontram nas redes de pesca, e elogiando as parecerias entre o Zoomarine, Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e Marinha Portuguesa.

Segundo Humberto Rosa, o Estado português e os seus parceiros têm o “dever de conciliar a actividade piscatória com a conservação da natureza”.

Uma das sete tartarugas que existem no Planeta Terra é a tartaruga-comum ou Caretta caretta, uma espécie que pode atingir aos 150 quilos e que normalmente é encontrada em águas quentes, temperadas ou tropicais, explicou aos jornalistas o biólogo marinho do Zoomarine, Élio Vicente.

Um dos principais perigos para a conservação da tartatuga Caretta caretta é o facto de serem omnívoras e comerem tudo o que lhes passa à frente da boca, inclusivamente sacos de plástico com detritos humanos, acabando muitas vezes por morrer à fome com o estômago cheio de lixo, acrescentou o biólogo.

A “Hope” e o “Hércules” embarcaram hoje às 08:00 na corveta da Marinha de Guerra Portuguesa João Roby e às 10:30 foram libertadas no mar, tendo rapidamente desaparecido nas águas do Atlântico, uma missão que terminou com “nota excelente”, classificou Élio Vicente.

Além do Zoomarine, na missão contra a extinção das espécies participaram também o ICNB e a Marinha de Guerra Portuguesa, uma parceria “feliz” que permite devolver ao mar animais que “são o símbolo de fertilidade e que são indicadores de boa saúde dos oceanos e que queremos manter”, acrescentou o secretário de Estado do Ambiente.

AL/JA

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