Tavira: Festival “Almadrava” para manter viva a tradição da pesca do atum

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Pesca tradicional do atum

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A cidade de Tavira, mais propriamente o Eco hotel Vila Galé Albacora, que organiza a iniciativa, promove a partir da próxima sexta-feira e até domingo a quinta edição do Festival do Atum “Almadrava”, que terá entrada gratuita e pretende manter viva a tradição da pesca do atum.

Com o objetivo de preservar a história daquela unidade hoteleira, que resultou da reconversão do antigo Arraial Ferreira Neto, o festival inclui, no sábado, uma visita guiada por um antigo morador, que contará as estórias da época em que a pesca do atum era o sustento de centenas de famílias na região.

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No mesmo dia, outro ponto alto do programa será a demonstração da desmancha do atum (ou “arte de ronquear”) em parceria com a Confraria do Atum de Vila Real de Santo António. De destacar também o ‘workshop’ de gastronomia dedicado ao tema.

A exposição “Mundos Líquidos”, do fotógrafo Paulo Viegas, a apresentação do espólio fotográfico da Companhia de Pescarias do Algarve, visitas ao núcleo museológico sobre a pesca do atum existente no hotel – com embarcações em miniatura, artefactos e outros objetos relacionados com a faina – e a exibição do filme “Almadrava” são outras das atrações deste evento.

Haverá ainda uma feira de artesanato com a participação das associações locais e prova de vinhos e azeites.

Durante todo o fim de semana, o festival proporciona também diferentes momentos gastronómicos, dedicados aos sabores do mar. No sábado decorre o jantar ‘buffet’ Almadrava (que tem um custo de 25 euros por adulto, com bebidas incluídas). No domingo o almoço integra uma mostra gastronómica dedicada aos pratos típicos da região (19 euros por adulto, com bebidas incluídas). As crianças até aos seis anos não pagam e dos sete aos 12 têm 50% de desconto.

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O Arraial Ferreira Neto

O Eco Hotel Vila Galé Albacora, localizado em pleno Parque Natural da Ria Formosa, ocupa o antigo Arraial Ferreira Neto, um testemunho arquitetónico da organização social e da forma de vida dos pescadores e das suas famílias, quando a almadrava (armação para capturar o atum) ainda era utilizada.

Era nesta aldeia de linhas rústicas, inaugurada na década de 1940, que as “gentes do mar” viviam entre março e setembro, durante a faina da pesca do atum.

Nesses tempos, o arraial chegou a albergar mais de 400 pessoas. Além das suas humildes casas, tinham ali as suas oficinas de restauro, armazéns, depósito de víveres e zonas de lazer. No complexo, classificado como imóvel de interesse público, não faltavam escola primária e capela (ainda existentes), posto médico, barbearia e padaria.

O Arraial Ferreira Neto funcionou até ao início da década de 1970. A última grande campanha de pesca do atum foi testemunhada pelo realizador Hélder Mendes e eternizada no documentário “Almadrava”.

Só no ano 2000, o espaço voltou a ter vida, quando a sua estrutura foi adaptada a hotel, mantendo a ligação à sua história. Os armazéns deram lugar a quartos, a escola passou a ser um clube para crianças, a capela foi restaurada e preparada para receber eventos e a padaria foi transformada num núcleo museológico gratuito e aberto ao público.

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