Tensão entre Japão e China

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Shinzo Abe durante a polémica visita ao santuário em Tóquio

A China e a Coreia do Sul condenaram hoje veementemente a visita do primeiro-ministro japonês ao templo de Yasukuni, em Tóquio, um santuário que presta homenagem aos soldados japoneses vítimas da II Guerra Mundial, incluindo criminosos de guerra.

Numa reação oficial, a China condenou a deslocação de Shinzo Abe, considerando que a visita do primeiro-ministro revela “desprezo pelos sentimentos do povo chinês”. Dela resulta “a exaltação da história de agressão militar e da dominação colonial do Japão”, país que deverá “assumir as consequências” pelo facto, diz em comunicado o ministério de Assuntos Exteriores chinês.

Por seu turno, o ministro da Cultura sul coreano expressou a sua “cólera” contra a visita, que foi observada com “deceção” pela embaixada dos EUA em Tóquio.
Um alto funcionário do Governo da Coreia do Sul advertiu também que a opção de Shinzo Abe terá “grandes repercussões diplomáticas”.

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“O Japão sabe o quão grandes serão as repercussões diplomáticas da visita do primeiro-ministro ao santuário Yasukuni”, disse à agência Yonhap a fonte governamental de Seul, quando se aguarda uma posição formal do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Agenda para marcar o primeiro ano no poder

O político conservador japonês elegeu o dia em que se cumpre um ano da sua chegada ao poder para visitar pela primeira vez o polémico templo na qualidade de chefe do Governo.

“É um mal-entendido pensar que esta visita significa venerar os criminosos de guerra”, disse Shinzo Abe depois de realizar uma breve oração no interior do recinto.

O primeiro-ministro nipónico afirmou que “rezou pelo descanso dos que perderam a sua preciosa vida pelo Japão na guerra”, assegurando que não teve a intenção de provocar os países vizinhos como a China ou a Coreia do Sul com a visita.

“Com a minha decisão queria mostrar o meu propósito de que o Japão nunca voltará a participar em nenhuma guerra”, afirmou o primeiro-ministro japonês, que sublinhou que se esforçará para que Pequim e Seul “possam entender o objetivo desta visita”.

O santuário de Yasukuni não recebia uma visita oficial de um primeiro-ministro nipónico desde Junichiro Koizumi, em 2006.

Mafalda Ganhão (Rede Expresso)

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