Pela manhã de sábado, mesmo com o “tempo muito ventoso”, 35 pessoas enfiaram-se dentro de uma embarcação de borracha. Saíam da Turquia e tinham como destino a Grécia, tal e qual como tantos outros que fogem dos países de origem no Médio Oriente. Entre os passageiros estavam um menino de dois anos e a mãe. Perto da ilha de Agathonisi, o barco embateu nas rochas. Morreu uma pessoa: aquele menino.
Algumas histórias com traços semelhantes já foram contadas, principalmente ao longo do ano passado quando a Europa se deparou com uma das maiores vagas de refugiados dos últimos anos. Nas primeiras horas do novo ano, pouco parece ter mudado. As pessoas tentam escapar da guerra a todo o custo, o que em muitos casos acaba por lhes custar a vida. A criança que este sábado se afogou foi a primeira vítima registada em 2016 no Mar Egeu.
Quando a embarcação com as 35 pessoas embateu nas rochas, os pescadores locais aperceberam-se imediatamente e foram os primeiros a chegar. Um deles retirou o corpo inerte de dentro de água. Em seguida, prestaram socorro e alertaram a Guarda Costeira grega. Ficaram ainda feridos 11 adultos e um bebé de três meses “estava com hipotermia num estado avançado”, mas já em situação estável.
Por agora, ainda se desconhece as nacionalidades das pessoas.
“Nada nos prepara para o horror da realidade do que está a acontecer. Hoje [sábado] ficámos frente-a-frente com uma das vitimas mais novas de sempre desta crise de refugiados. Esta é uma lembrança trágica das milhares de pessoas que morreram a tentar chegar em segurança mesmo em condições miseráveis”, referiu Christopher Catrambone, fundador da MOAS, em comunicado divulgado da organização.
Este grupo está agora em segurança e foi levado para o porto de Pythagorio, na ilha grega de Samos. Mas não todos. Aquele menino de dois anos não está entre eles.
Marta Gonçalves (Rede Expresso)