Transportes públicos sofrem cortes brutais em Portimão

ouvir notícia

.

Câmara justifica decisão com prejuízos de quatro milhões de euros anuais.

O serviço de transportes públicos do município de Portimão vai ser reformulado, que é como quem diz, vai ser reduzido. A câmara lamenta a decisão que teve de adotar, por causa dos prejuízos acumulados. Em risco estão cerca de 40 postos de trabalho, depois de, na semana passada, terem entrado em vigor as alterações previstas na reformulação do serviço de transportes públicos urbanos de Portimão, designados como Vai e Vem.

“Esta reformulação tem como objetivo otimizar os serviços do Vai e Vem, suprimindo linhas escassamente utilizadas, e racionalizar desta forma os custos para o erário público”, explica a autarquia, adiantando que, a partir de 2009, “a Câmara Municipal de Portimão suportou um défice de exploração anual na ordem dos quatro milhões de euros, ao passo que as receitas geradas foram ficando aquém das previstas, apesar das constantes reformulações, o que impediu o sucesso da estratégia inicialmente delineada para a progressiva sustentabilidade do sistema”.

- Publicidade -

A autarquia realça ainda que este tipo de investimento foi efetuado “sem qualquer comparticipação estatal”, tendo sido exclusivamente assumido pelos cofres da autarquia, “a que se juntam as atuais restrições impostas às câmaras, o que torna inviável continuar a suportar este tipo de investimentos”.

Metade das viaturas deixa de circular em Portimão

Segundo apurámos, o serviço de autocarros que faz o transporte urbano em Portimão será reduzido para metade: de 42 viaturas passam apenas a ser 22. Isso implica a redução de carreiras, de horários e de cobertura geográfica.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários, pela voz de Elvino Valente, dirigente regional, diz que a empresa Frota Azul, a quem a autarquia atribuiu o serviço, já afirmou que não exclui o despedimento de efetivos. Para já, está a propor a alguns trabalhadores a deslocação para Faro.

A autarquia, segundo o sindicato, já deve cerca de 10 milhões de euros à empresa rodoviária, revelou a TSF.

A câmara reconhece que a reestruturação em curso alterará o dia-a-dia dos utilizadores, mas refere que fez “um grande esforço no sentido de minimizar esse impacto, por reconhecer a importância e o caráter social do circuito”, concretizando-se as mudanças pela supressão das linhas que apresentavam médias muito baixas de passageiros por viagem, assim como pelo fim da oferta no período noturno e em algumas zonas periféricas.

Em paralelo, será reduzida a oferta no fim de semana e nos dias úteis durante os horários fora das horas de ponta, bem como dos percursos no período de verão.

Na prática, para 2013 são propostas 14 linhas e 395 paragens, servidas por 22 viaturas.

No que toca à Mexilhoeira Grande, a oferta não é suprimida, embora seja reduzida significativamente.

Entre 2011 e 2012, as paragens foram reduzidas de 450 para 440 e as linhas de 18 para 17, mantendo-se em circulação 44 viaturas.

Foram transportados 2,5 milhões de passageiros em 2011 e 2,1 milhões no ano passado.

- Publicidade -
spot_imgspot_img

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

1 COMENTÁRIO

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.