Administração já começou a propor rescisões por mútuo acordo aos trabalhadores de Vila Real de Santo António, Olhão e Almancil. Banco anunciou recentemente a intenção de encerrar de 47 agências em todo o país
DOMINGOS VIEGAS
Vários trabalhadores das agências do Banco Popular de Vila Real de Santo António, Olhão e Almancil têm sido contactados pela administração daquela entidade bancária com propostas de rescisão por mútuo acordo, o que poderá indicar que estas estarão no lote das agências que o banco pretende encerrar.
O Banco Popular tinha anunciado no início de novembro uma reestruturação que implica o encerramento de 47 agências e um corte no quadro de pessoal de 295 trabalhadores, até ao final do ano. O banco está a propor indemnizações de dois meses de salário por cada ano de serviço a quem aceitar a rescisão do contrato. Na mesa das negociações está ainda a reforma antecipada para os trabalhadores com mais de 55 anos.
“Ainda não existe, oficialmente, qualquer informação sobre o encerramento de agências no Algarve, mas sabe-se que têm sido contactados trabalhadores das agências de Vila Real de Santo António, Olhão e Almancil, o que poderá significar o encerramento da atividade nestas localidades”, assegurou, em declarações ao Jornal do Algarve, José Manuel Martins, membro do secretariado de Faro do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI).
O sindicalista refere que havia a expectativa de que as medidas de redução de trabalhadores operadas em Espanha não tivessem reflexos no nosso país. ”Mas, infelizmente, o SBSI foi confrontado, no passado mês de novembro, com a informação de que o banco pretendia reduzir o quadro de pessoal, uma redução imposta pela ‘casa-mãe’ com a argumentação de que estavam a ser deslocalizados alguns serviços para Madrid”, explicou.
José Manuel Martins recorda que muitas das saídas de trabalhadores estão a processar-se através de rescisões por mútuo acordo e frisa que o SBSI “sensibilizou a administração do banco para ter em conta o valor das indemnizações propostas e a salvaguarda dos diferentes créditos que os trabalhadores tenham a decorrer na instituição, com particular incidência nos créditos à habitação”.
A situação do setor bancário em Portugal tem conhecido, nos últimos anos, uma evolução profundamente negativa e geradora de nefastas consequências para os trabalhadores bancários, designadamente ao nível das reduções dos postos de trabalho.
Muitas das instituições financeiras, nacionais e internacionais, que operam no mercado português têm vindo a implementar fortes medidas de redimensionamento dos respetivos quadros de pessoal. Foi assim, entre outros, com o ex-BANIF, MillenniumBcp, ex-Barclays, Novo Banco e, atualmente, com o Banco Popular.
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(Notícia publicada na edição impressa do Jornal do Algarve de 08 de dezembro)