Os familiares de algumas das 26 vítimas do tiroteio na escola primária Sandy Hook, em dezembro de 2012, foram autorizadas por um tribunal norte-americano a abrir um processo judicial contra a fabricante da AR-15, que foi usada por Adam Lanza no ataque.
Numa decisão que pode vir a ter enormes ramificações num país onde até dez mil pessoas morrem por ano em ataques desta natureza, a juíza Barbara Bellis recusou o pedido apresentado pela Remington Outdoor Co., que tinha alegado “bases legais insuficientes” para que o processo avançasse.
De acordo com Bellis, a lei federal que protege os fabricantes de armas não anula a “suficiência legal” que está na base das alegações dos familiares das vítimas do massacre de Sandy Hook, que defendem que a arma que Lanza usou — uma espécie de espingarda de assalto, semi-automática e de tipo militar — nunca deveria ter sido disponibilizada para venda a civis.
Familiares de dez das vítimas interpuseram um processo contra a Remington Arms Company, a Camfour Holding LLC, que distribui este tipo de armas nos EUA, e contra a Riverview Sales, a loja onde a mãe de Lanza, também ela morta a tiro pelo filho, comprou a AR-15.
Segundo informações do jornal “Connecticut Times”, a juíza ordenou os representantes da fabricante de armas e os familiares das vítimas a regressarem ao tribunal a 19 de abril, próxima terça-feira, para ser marcada a primeira audiência formal ao caso.
A 14 de dezembro de 2012, Adam Lanza, um jovem de 20 anos, abateu a tiro 20 alunos – com idades entre os 5 e 10 anos – e seis adultos na escola primária de Sandy Hook, na cidade de Newtown, no Connecticut, e depois suicidou-se. Foi um dos piores massacres cometidos nos Estados Unidos, que relançou o amplo debate sobre a posse de armas de fogo no país.
Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)