Tsipras garante: Grécia não vai ceder “a exigências irracionais e injustas” dos credores

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Não ceder a “exigências irracionais e injustas” por parte dos credores: foi este um dos avisos que o primeiro-ministro da Grécia deixou este domingo, em entrevista ao jornal Realnews.

Alexis Tsipras deixou claro que o sistema de pensões grego está à beira do colapso, mas que o Governo está empenhado em solucioná-lo. “Os credores devem saber que vamos cumprir o acordo à letra, mas isso não significa que iremos ceder a exigências irracionais e injustas”, afirmou.

O líder da coligação que está à frente do Governo grego declara ainda que não garante que “o dinheiro venha exclusivamente a partir de cortes nas pensões” e adianta que o acordo com os credores – Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) – já “prevê a possibilidade de medidas equivalentes”.

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Em julho do ano passado, o Governo da Grécia viu-se obrigado a aceitar um acordo com os credores europeus de modo a receber um empréstimo, ao longo de três anos, no valor de 86 mil milhões de euros.

Governador do Banco da Grécia deixa aviso a Tsipras

Em resposta às declarações do primeiro-ministro, o governador do Banco da Grécia Yannis Stournaras deixou um aviso claro ao Governo de Tsipras: falhar os compromissos acordados com os credores pode trazer grandes riscos para a Grécia, uma vez que a UE é tem agora menos capacidade de lidar com uma crise grega e a economia grega está fragilizada.

“A incapacidade potenciar de incumprimento do programa será desestabilizadora, trazendo à memoria a experiência da primeira metade de 2015. O regresso dessa experiência traz consigo grandes riscos, dificuldades muito difíceis para a economia lidar neste momento”, escreveu Stournaras num artigo de opinião na edição de domingo do jornal grego “Kathimerini”. Recorde-se que em 2015 a Grécia viveu momentos difíceis de controlo de capitais, após a incapacidade do Governo grego e credores chegarem a um acordo.

O governador do Banco grego acrescenta ainda que “a conclusão plena da primeira avaliação do programa terá certamente um impacto muito positivo na confiança. É a chave para o regresso dos depósitos no sistema bancário.” E relembra que o escalar das discussões a nível europeu pode ser “tremendamente perigoso” num tempo de grandes divisões a nível europeu, que vão desde a crise dos refugiados à união bancária.

Maria João Bourbon (Rede Expresso)

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