TSU fundamenta moção de censura

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“A opção é do primeiro-ministro”, disse António José Seguro, em entrevista à RTP1, sublinhando que a Taxa Social Única (TSU) é “imoral” e nada tem a ver com a austeridade. PS só voltará ao Governo com eleições.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, acusou a Taxa Social de Única (TSU) de ser “imoral”, garantindo que se o Governo não recuar na medida o partido apresentará uma moção de censura.

“A opção é do primeiro-ministro. Se persistir em aplicar uma proposta de transferência do rendimento dos trabalhadores para as entidades patronais, o PS apresentará uma moção de censura”, disse António José Seguro, em entrevista ao programa “De Caras”, na RTP1.

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“A Taxa Social Única é imoral e inaceitável e não tem nada a ver com a austeridade. A linha que separa a moralidade da imoralidade foi ultrapassada”, afirmou o líder socialista, pois a responsabilidade de financiar as empresas cabe aos bancos e não às pessoas. “Os portugueses não são cobaias”, frisou.

Seguro lembrou que nunca nenhuma medida teve tanta oposição como esta: “Foi quebrada uma matriz civilizacional, isto é inaceitável.”

António José Seguro garantiu também que o PS vai votar contra o Orçamento do Estado (OE) para 2013, mesmo que o Governo recue na TSU, uma vez que “a dívida aumentou e o objetivo central do défice falhou em toda a linha”.

“PS só voltará ao Governo por vontade dos portugueses”

Questionado sobre a possibilidade de se formar um Governo de salvação nacional, o líder socialista disse que o “PS só voltará ao Governo por vontade dos portugueses”, e que se houver rutura da coligação governamental a responsabilidade é do PSD e do CDS-PP.

“Não há possibilidade do PS ir para o Governo sem eleições”, disse Seguro, sublinhando que “o que é necessário é um Governo que promova a unidade nacional”.

“Os portugueses escolherem o PS como oposição e nós queremos ser uma oposição séria, construtiva e responsável”, acrescentou.

357 propostas alternativas

António José Seguro defendeu ainda que há uma alternativa à austeridade. “Não proponho um caminho fácil, temos que agir com rigor orçamental e disciplina e, sobretudo, não dar cabo da economia”, num caminho que dê prioridade ao crescimento económico, ao emprego e à qualificação dos portugueses.

“Esta ideia de que a austeridade é a solução para os nossos problemas é errada, porque tem antes agravado”, disse Seguro, sublinhando que o PS já apresentou 357 propostas no Parlamento. “Nós temos de garantiu o mínimo de dignidade aos portugueses”, acrescentou.

Seguro defendeu ainda a substituição das importações com o aumento da produtividade e se chegar ao Governo haverá serviço público de televisão e rádio para “gerir com rigor”.

“Não quero ser primeiro-ministro para pôr na biografia”

O dirigente voltou a insistir na questão do alargamento do prazo para o ajustamento, que se fosse primeiro-ministro honraria os compromissos do país assumidos com a troika, sem ocultar que é necessário fazer sacrifícios.

Seguro disse não poder “corrigir nada do que foi mal feito no passado e que o objetivo agora é “ajudar a resolver problemas dos portugueses.”

“Eu não quero ser primeiro-ministro para pôr na biografia e não prometer nada do que não possa cumprir”, acrescentou.

Questionado sobre a intenção de taxar as Parcerias Público-Privadas (PPP), quando estas sempre foram uma aposta socialista, António José Seguro disse: “Nada no passado me inibe de fazer justiça em relação ao futuro. Se quiserem, um dia podemos discutir as PPP ou as rendas excessivas na energia. Nas PPP, considero que neste momento há necessidade de introduzir equidade e uma distribuição justa dos sacrifícios.”

Relativamente ao protesto nacional de sábado, António José Seguro justificou a sua ausência por esta se tratar de uma “demonstração de cidadania”, sublinhando a atitude cívica dos portugueses e ambição de um país mais justo.

Liliana Coelho e Raquel Pinto (Rede Expresso)
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