Brexit faz soar os alarmes no Algarve

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A decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia está a causar apreensão entre os empresários e entidades ligadas ao turismo na região, já que os britânicos representam cerca de 30% dos turistas no Algarve e, com a desvalorização da libra, o Algarve será um destino mais caro para os turistas britânicos.

Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, e Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), não escondem esta sexta-feira que temem uma redução de turistas britânicos no Algarve, que poderão passar agora a viajar mais para a área da bacia do Mediterrâneo, mesmo com a instabilidade política naquela zona.

“A economia do turismo do Algarve é demasiado dependente do Reino Unido, com eventuais convulsões económicas e sociais naquele país a refletirem-se negativamente e de forma muito profunda nos resultados turísticos e empresariais da região em particular e do nosso país em geral”, refere Elidérico Viegas.

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O líder da AHETA mostra-se, assim, preocupado com o resultado do referendo de ontem e as suas implicações, nomeadamente “a instabilidade financeira criada na sequência do Brexit e, sobretudo, das implicações que a mesma pode vir a ter nos resultados turísticos da região nos tempos mais próximos”.

O Brexit e a consequente desvalorização da libra poderão, assim, inverter a tendência de crescimento que o mercado turístico do Reino Unido vinha a registar nos últimos meses na região algarvia.

Recorde-se que, no início deste ano, o Algarve era apontado como o destino de férias mais barato para os britânicos, segundo uma pesquisa do “Post Office Travel Money”.

Algfuturo reage com preocupação

Entretanto, a associação Algfuturo reage também “sem alarme, mas com preocupação”, à vitória do Brexit no referendo de ontem.

Segundo a organização liderada por José Vitorino, as consequências para Portugal têm três grandes dimensões: “a comunidade portuguesa, as trocas comerciais e o impacto da desvalorização da libra, que o FMI estima ser elevado”.

Já no caso específico do Algarve, a Algfuturo diz que “o problema maior é o turismo”, sendo que a situação ainda não é alarmante, “mas há preocupação pela turbulência na economia britânica com desvalorização da libra, e seus efeitos na pressão sobre o preço do alojamento, diminuição das viagens turísticas e redução dos gastos na região dos que vêm”.

“O problema é real, tendo em conta que as dormidas dos ingleses representam cerca de 50% dos estrangeiros. No conjunto das outras regiões, ronda apenas cerca de 15%”, conclui a associação.

NC/JA

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