Turistas descobrem o “outro” Algarve

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São cada vez mais os turistas que descobrem que o Algarve, afinal, não é só praia. A combinação entre turismo e natureza tem dado resultados e a Bienal de Turismo de Natureza, que este ano realiza-se de 22 a 24 de fevereiro, em Aljezur, é prova disso. No entanto, é preciso não repetir erros do passado. Por isso, a organização adverte para os perigos de um impacto turístico “menos pensado” em zonas do interior e áreas protegidas, que poderia causar “danos irreparáveis” na região

A Bienal de Turismo de Natureza 2019 realiza-se, de 22 a 24 de fevereiro, no pavilhão multiusos de Aljezur

Os resultados são conhecidos. Nunca houve tantos turistas a visitar o Algarve. Nos últimos três anos bateram-se todos os recordes de dormidas, hóspedes, receitas e passageiros. Mas o turismo está diferente, já não é só sol e praia. Há cada vez mais turistas que procuram – e já descobriram – o “outro” Algarve.

Parques naturais, serras, florestas, sapais, rios e rias. A verdade é que não faltam opções para o turismo de natureza no Algarve e as alternativas não ficam restritas a apenas um ou outro concelho. De Aljezur a Alcoutim, é possível aproveitar o melhor da natureza algarvia para caminhar, relaxar ou fazer mil e uma atividades.

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Para mostrar as potencialidades que a região algarvia tem nesta área, a Vicentina – Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste, promove mais uma edição da Bienal de Turismo de Natureza. Este ano, o evento tem lugar em Aljezur, nos próximos dias 22 a 24 de fevereiro, tendo como tema central a sustentabilidade.

“O objetivo é promover o desenvolvimento do turismo de natureza no Algarve, contribuindo para o desenvolvimento social, económico e ambiental das comunidades.” E como é isso feito? “Através da preservação da identidade, desenvolvimento do conhecimento e competências e adesão a padrões internacionais de turismo sustentável”, refere a associação Vicentina, promotora do evento.

“Impacto turístico pode causar danos irreparáveis”

Segundo a organização, a Bienal de Turismo de Natureza 2019 pretende assim “desafiar o Algarve a olhar para um futuro mais sustentável, com especial atenção para as zonas de baixa densidade e áreas protegidas, onde um impacto turístico menos pensado pode causar danos irreparáveis na região”.

Isto porque, a associação não tem dúvidas quanto ao “efeito predador de recursos naturais, patrimoniais, humanos e identitários que a indústria do turismo pode provocar” e, portanto, sublinha a importância de um planeamento estratégico e a necessidade de implementar medidas para a sustentabilidade.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Aljezur, José Gonçalves, sublinha a “extrema importância” do turismo de natureza para Aljezur e para toda a região algarvia, considerando que “a natureza é, de facto, a grande mais valia do concelho”.

O autarca alerta, no entanto, que o evento deve servir para “chamar a atenção dos decisores que têm competências nestas áreas, porque o turismo de natureza pode ser um produto de excelência e tem oportunidades muito interessantes, não só em Aljezur, mas em toda a região, mas tem também muitos riscos associados”. Por isso, aponta José Gonçalves, “é preciso equacioná-los, discutir os desafios que se nos vão colocar e tentar afinar uma estratégia sólida e concreta para abordar o futuro”.

Mais de 50 oficinas de conhecimento

Nesse sentido, a Bienal de Turismo de Natureza 2019, que decorrerá no pavilhão multiusos de Aljezur, vai juntar diversos profissionais do turismo, empresários, decisores públicos, entidades certificadoras e investigadores em torno do setor do turismo.

Os debates vão ser estimulados através de um conjunto de mesas redondas, onde intervenientes regionais e nacionais vão contribuir para a reflexão em torno dos desafios do turismo de natureza.

O evento vai ter também uma forte componente de conhecimento relativo ao valor intrínseco da região. Património natural e cultural, atividades de turismo de natureza, qualificação, gestão e certificação serão temas das mais de 50 oficinas do conhecimento apoiadas por mentores ligados à Universidade do Algarve, Turismo de Portugal, Rota Vicentina, Almargem ou empresários ligados ao setor.

O recinto da Bienal de Turismo de Natureza 2019 vai contar ainda com uma área expositiva focada em soluções empresariais em torno da sustentabilidade, uma área de negócio apoiada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Algarve – Enterprise Europe Network, e um espaço lúdico, onde vai decorrer um arraial.

Nuno Couto|Jornal do Algarve

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