Último Bispo recordado com conferência e concerto em Silves

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A mudança do Bispado para Faro, que deu origem à Diocese do Algarve, em 1577, vai ser assinalada 435 anos depois em Silves. D. Jerónimo Osório foi o último bispo da cidade de Silves, onde ainda é recordado como um grande defensor da justiça e dos mais pobres.

A vida e obra de D. Jerónimo Osório vão estar em destaque numa conferência que se vai realizar na Catedral de Silves, esta sexta-feira (30), às 21h00. A iniciativa integra-se no programa que assinala os 435 anos da
mudança do Bispado de Silves para Faro (em 1577) e início da Diocese do Algarve.

D. Jerónimo Osório nasceu em Lisboa, em 1506, e faleceu em Tavira, a 20 de agosto de 1580. Notabilizou-se como um dos mais importantes humanistas e teólogos portugueses de sempre e um dos mais reputados da sua época. Publicou várias obras, das quais se destacam “De Nobilitate Civile Et Christiana” (1542), “De Gloria” (1549), “De Justitia Coelesti” (1564) e “De Vera Sapientia” (1578). Estudou a Dialética de Aristóteles e Filosofia Natural em Paris e os seus conhecimentos de teologia cristã e da língua hebraica permitiram-lhe ler as obras dos Santos Padres. Foi, também, nomeado (em 1537) professor de Sagrada Escritura na Universidade de Coimbra pelo rei D. João III. Amigo de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, terá sido por sua influência que D. João III chamaria esta congregação para Portugal. A sua posição na corte e o seu prestígio permitiram-lhe, ainda, ser professor de D. António, Prior do Crato e conselheiro do rei D. Sebastião.

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Bispo com grande ligação aos mais pobres

Foi designado Bispo de Silves em junho de 1564, por escolha do Papa Pio IV. Documentos do arquivo do Vaticano indicam que a nomeação foi feita a pedido do Cardeal D. Henrique, que detinha então a regência na menoridade do sobrinho D. Sebastião. A sagração do novo prelado fez-se a 22 de outubro de 1564, em Lisboa, na capela-mor da igreja do convento de Santa Maria da Graça, da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. Enquanto Bispo da cidade de Silves, manteve sempre uma grande ligação com os mais pobres, ajudando-os nos estudos das línguas clássicas e distribuindo esmolas e comida aos mais pobres.

Ajudava bastante os lavradores e criou celeiros em Silves, onde se guardavam grandes quantidades de trigo, para que os lavradores o adquirissem por preços módicos, quando deles necessitassem para as sementeiras.

Intelectual de grande importância, amado pelos pobres, paladino da justiça e da manutenção dos bons costumes, foi o último Bispo de Silves, tendo ficado a seu cargo a transferência da sede da Diocese
do Algarve para Faro.

Antes, terão sido 33 os Bispos de Silves e, curiosamente, o atual Bispo do Algarve, D. Manuel Neto Quintas, é o 33º Bispo depois de D. Jerónimo Osório.

Este fim de semana dedicado à figura de D. Jerónimo Osório ficará completo com um concerto pela Banda Filarmónica Silvense, que terá lugar na Catedral de Silves, pelas 21h00, do dia 31 de março.

Estas atividades têm o apoio da Direção Regional de Cultura do Algarve, da Rota das Catedrais, da Câmara de Silves e da FNAC.

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