Um governo feito com a prata da casa

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Pedro Passos Coelho esteve esta terça-feira no Palácio de Belém para apresentar a Cavaco Silva o novo elenco governativo. Será provavelmente o Governo com vida mais curta da história da democracia, com a rejeição já prometida pela maioria de esquerda. O que poderá explicar o facto de ter sido cozinhado quase exclusivamente com a prata da casa.

Só dois nomes escapam à lógica partidária ou de rearranjo da equipa: o constitucionalista Rui Medeiros é apontado para ministro da Modernização Administrativa e a ex-vice-reitora da Universidade de Coimbra Margarida Mano será ministra da Educação depois de ter aceitado encabeçar a lista da coligação por Coimbra.

Há oito novos ministros, mas não há exatamente novidades. Às fileiras do PSD, Passos Coelho foi buscar Calvão da Silva (o presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD será ministro da Administração Interna), Fernando Negrão (o deputado social-democrata não conseguiu ser eleito presidente do Parlamento, mas será ministro da Justiça) e Carlos Costa Neves (o deputado do PSD e ex-líder do PSD-Açores será ministro dos Assuntos Parlamentares).

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Dentro do Governo, Passos promoveu três secretários de Estado à categoria de ministros: o polémico secretário de Estado Leal da Costa sobe na hierarquia da Saúde e ocupa o lugar que era de Paulo Macedo (não é filiado no PSD, pelo que conta na quota de independentes); Teresa Morais sobe de secretária de Estado da Igualdade a ministra da Cultura (mantendo o pelouro da Igualdade); o centrista Miguel Morais Leitão passa de secretário de Estado-adjunto de Paulo Portas a ministro da Economia – substituindo Pires de Lima e mantendo, assim, a quota de quatro ministros do CDS.

A aposta na recauchutagem

Após as eleições, PSD e CDS chegaram a sonhar com um Governo que incluísse alguns pesos-pesados dos partidos, e ainda independentes e gente capaz de fazer a ponte com o PS. Mas a garantia do chumbo do programa no Parlamento terá deitado por terra essa pretensão.

Nem os nomes de primeira linha do PSD e do CDS que chegaram a ser ventilados nos bastidores (casos de Marco António Costa, Luís Montenegro e Nuno Magalhães) foram destacados para a frente governativa. Marco António mantém-se à frente da máquina do PSD; Montenegro e Magalhães ficam no Parlamento – sinal de que será aí que esta legislatura se vai decidir.

No essencial, o novo elenco é uma recauchutagem do Governo que ainda está em funções. Mantém-se inamovíveis, para além de Passos e Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque, Rui Machete, Aguiar-Branco, Marques Guedes, Jorge Moreira da Silva, Assunção Cristas e Pedro Mota Soares.

 

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