“Uma coisa é querer, outra coisa é poder”, diz PR da Guiné-Bissau

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O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, disse hoje que “um coisa é querer, outra coisa é poder fazer”, referindo-se às críticas da comunidade internacional sobre a nomeação do tenente-general António Indjai para chefe das Forças Armadas.

“O que eu posso dizer foi aquilo que eu disse à plenária, que efetivamente uma coisa é querer, outra coisa é poder fazer”, afirmou Malam Bacai Sanhá aos jornalistas após ter regressado da cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

A CEDEAO criticou e manifestou preocupação pela nomeação de António Indjai para chefe das Forças Armadas, à semelhança da União Europeia e dos Estados Unidos.

“Eu chamei a atenção para os meus colegas da Comunidade para não esquecerem que o Estado da Guiné-Bissau há 10 anos se desintegrou com a guerra de 07 de junho – havia dois estados”, disse.

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“Havia um estado legal, legítimo, que nem sequer conseguia controlar toda a cidade de Bissau e um outro estado do outro lado que era uma anarquia completa, ninguém sabia o que lá se passava”, explicou.

“Isso foi há 10 anos e se nós pensarmos agora que podemos tomar medidas de força – isso aqui não pode ser, não pode ser – pode acontecer a mesma coisa ou pior ainda”, salientou o Presidente guineense.

“Portanto, aquilo que nós fizemos, não só foi exercer a nossa soberania, como também tem a ver com a necessidade da continuidade do Estado, da integridade do Estado da Guiné-Bissau, que é a razão da nossa existência”, disse.

“Essas razões, são razões de fundo que explicámos aos nossos amigos e colegas e compreenderam”, referiu.

“O que está no comunicado final é efetivamente uma mensagem para chamar a atenção aos militares da Guiné-Bissau que efetivamente não podem continuar a ser obstáculo ao desenvolvimento da Guiné-Bissau”, sublinhou Malam Bacai Sanhá.

Para o Presidente guineense, o 01 de abril fez “voltar para trás o país” e “vai custar alguma coisa”.

No comunicado final da 38.ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, a organização diz estar “indignada com a nomeação do General de Divisão António Indjai, ultimamente Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e único responsável pelos acontecimentos de 01 de abril, na qualidade de CEMGFA da Guiné-Bissau”.

“A Cimeira considera essa nomeação como caução dos atos de impunidade, nomeadamente de indisciplina, caracterizados no seio da hierarquia das Forças Armadas. Não é de natureza a criar condições favoráveis para mobilizar a comunidade internacional com vista à implementação do indispensável programa de reforma do setor da Segurança”, acrescenta-se no documento.

Nesse sentido, a CEDEAO, “reafirmando a solidariedade” para com Malam Bacai Sanhá, presidente guineense, “convidou-o a considerar a nomeação” de um CEMGFA “não implicado” na sublevação, que levou à detenção de Zamora Induta, até então líder das Forças Armadas, que continua preso sem julgamento.

Os chefes de Estado e de Governo oeste-africanos exortaram também Bacai Sanhá a criar as condições que permitam à CEDEAO retomar os esforços de mobilização de todos os parceiros bilaterais e multilaterais destinados a acompanhar a Guiné-Bissau no arranque “efetivo” daquela reforma.

MSE

Lusa/JA

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

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