Uma em cada três portuguesas já teve uma gravidez indesejada

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Uma em cada três portuguesas já teve uma gravidez indesejada, apesar de o uso de métodos contracetivos estar bastante disseminado: mais de 85 por cento das mulheres adotam uma medida de controlo de natalidade.

No domingo assinala-se o Dia Mundial da Contraceção, mas hoje a Sociedade Portuguesa da Contraceção (SPC) organiza uma reunião científica sobre o estado da contraceção em Portugal.

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Em Portugal, e de acordo com o Inquérito Nacional de Saúde de 2007, mais de 85 por cento das mulheres não grávidas e sexualmente ativas usam alguma medida para controlo da natalidade. A pílula é o método mais utilizado (65,9 por cento), seguido do preservativo (13,4 por cento) e do dispositivo intra-uterino (8,8 por cento).

No entanto, uma em cada três mulheres acaba por ficar grávida sem o desejar.

“Nós somos humanos e às vezes falhamos: nem sempre temos os métodos de contraceção que são os mais adequados e falta um aconselhamento técnico para perceber que não são”, disse à agência Lusa Teresa Bombas, da SPC.

Os contracetivos orais são o método mais disponível e mais usado pela população portuguesa, mas é também “o que falha mais”, alerta a especialista, que defende que “é preciso educar a população para a existência de outras alternativas”.

Teresa Bombas sabe que há adolescentes que começam a usar contracetivos sem consulta prévia. No entanto, para a responsável, este pode não ser um aspeto negativo: “É melhor que comecem a conselho de uma amiga do que depois de uma interrupção”, defende.

A percentagem de adolescentes portuguesas que engravidam é muito superior à média registada nos restantes países europeus: por cada mil adolescentes portuguesas dos 15 aos 19 anos, 17 são mães, enquanto na Europa Ocidental a média é de dez.

Teresa Bombas lamenta esta realidade tendo em conta os apoios existentes no país: “Se compararmos Portugal com os outros países da Europa, nós temos, relativamente à política de saúde e à comparticipação de contracetivos, uma situação bastante favorável. Temos distribuição gratuita e comparticipação na maior parte dos contracetivos, ao contrário do que acontece nos outros países”.

Para a responsável, a solução passa por “alterar a mentalidade da população e dos clínicos” e “otimizar os recursos existentes”.

A contraceção de emergência, a contraceção hormonal combinada e a de longa duração são alguns dos temas abordados nos painéis da conferência que hoje decorre em Coimbra.

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