As montanhas de Gorringe, localizadas a cerca de 160 milhas náuticas (menos de 300 quilómetros) do Cabo de São Vicente, são consideradas uma das zonas submarinas mais importantes e com maior diversidade ambiental da Europa. Os cumes estão a cerca de 30 metros da superfície e a sua base encontra-se a mais de 5 mil metros de profundidade.
“O banco de Gorringe é único pela sua enorme biodiversidade, com espécies próprias do Atlântico e do Mediterrâneo, de superfície e de grandes profundidades. Trata-se de uma das joias submarinas de Portugal e de todo o Atlântico Nordeste, ainda que pouco conhecida do grande público”, explicou recentemente Ricardo Aguilar, investigador da Oceana, organização internacional de proteção dos oceanos.
Na semana passada, a Oceana felicitou o Governo pela sua decisão de incluir o banco Gorringe na Rede Natura 2000 como Sítio de Importância Comunitária (SIC). “Desde 2005 que a Oceana tem trabalhado para que umas das montanhas submarinas mais espetaculares do mundo sejam integradas na rede de áreas protegidas do Atlântico”, lembra a organização, felicitando ainda o Governo por ter proposto o banco Gorringe a Sítio de Importância Comunitária, em conformidade com a legislação da UE.
A Oceana identificou mais de 350 espécies após as suas expedições científicas com mergulhadores e robots submarinos em 2005, 2011 e 2012.
“É muito agradável receber finalmente a notícia da declaração do banco Gorringe como espaço protegido”, declara Lasse Gustavsson, diretor executivo da Oceana na Europa. “A Oceana começou a trabalhar com vista à proteção destas montanhas há dez anos, pelo que estas ações incentivam-nos a continuar a investigar os fundos marinhos de grande profundidade com o objetivo de identificar os locais que devem ser protegidos. O mar profundo é ainda muito desconhecido e vamos continuar nossa pesquisa a fim de ajudar a proteger os lugares mais valiosos”.
JA
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