Unidade avançada reforça proteção das populações e da floresta na serra

É ao quilómetro 704 da mítica Estrada Nacional Nº2 que se encontra o edifício que, pela sua localização estratégica numa das principais manchas florestais do Algarve, mais sensível aos incêndios, servirá uma extensa área.

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A Unidade Avançada de Proteção Civil, em Vale Maria Dias, em plena Serra do Caldeirão, foi inaugurada esta terça-feira, e assume-se desde já como um importante apoio na prevenção, primeira intervenção e combate aos fogos florestais, anunciou o município de Loulé.

É ao quilómetro 704 da mítica Estrada Nacional Nº2 que se encontra o edifício que, pela sua localização estratégica numa das principais manchas florestais do Algarve, mais sensível aos incêndios, servirá uma extensa área.

Segundo a edilidade, foi a pensar na defesa dos aglomerados populacionais dispersos, da riqueza ao nível da flora e fauna e do património natural e geológico, que foi criado este espaço, “uma enorme mais-valia para o trabalho da Proteção Civil”, como sublinhou o autarca Vítor Aleixo.

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Após a aquisição do imóvel e de obras de remodelação e ampliação, um investimento do Município orçado em meio milhão de euros, o espaço integra agora dois edifícios com diversas valências de apoio. Um deles é composto por gabinetes técnicos, dotados de meios e recursos para a atividade diária mas que poderão também converter-se em duas células distintas (Situação e Gestão de Emergência e Coordenação de Comando e Controlo).

Isto caso haja a necessidade de materializar um Posto Comando Conjunto para os diversos agentes de proteção civil, por exemplo se houver acidente grave ou uma catástrofe, como explicou João Matos Lima, coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil de Loulé. Inclui também zonas de descanso para os operacionais e uma área multiusos para ações de formação e sensibilização.

Destaca-se ainda a valência das comunicações, uma vez que a Unidade ficará dotada com fibra ótica, internet, telefone fixo, rede de estações meteorológicas, Rede Rádio Municipal e Rede Rádio SIRESP.

Já o segundo edifício permitirá criar aqui uma estrutura provisória – ZCAP – Zona de Concentração e Apoio à População – já que foi concebido para dar apoio à população ou reforço operacional. Integra ainda uma oficina para manutenção e reparação de viaturas.

Estarão aqui em permanência 20 pessoas afetas ao serviço de Proteção Civil, entre os quais os 6 elementos da equipa de Sapadores Florestais. Mas durante o período crítico, a partir de 15 de junho e até ao mês de setembro, ficarão nesta Unidade dois elementos da Cavalaria da Guarda Nacional Republicana, incumbidos de fazer a vigilância na Serra do Caldeirão.

Como ressalvou o coordenador da Proteção Civil de Loulé, além da componente operacional, este espaço está à disposição da comunidade. A ideia é que “constitua um centro de partilha de conhecimento e que receba diversas atividades pedagógicas nas áreas da proteção civil, biodiversidade, ambiente, entre outras”.

A localização desta Unidade em Salir, a única freguesia do concelho de Loulé definida como “prioritária” no que respeita à gestão de combustível, e identificada como de maior vulnerabilidade à ocorrência de incêndios, faz parte de uma estratégia concertada que inclui também outros equipamentos e serviços neste território. São eles o dispositivo de vigilância do Exército Português na Escola Primária do Malhão, a sede dos Sapadores Florestais ou as instalações da Associação dos Produtores Florestais do Barranco Velho, onde no período crítico fica instalada uma Brigada dos Bombeiros.

“A cada ano que passa, o nosso dispositivo de prevenção e combate aos incêndios florestais está mais robusto, mais enriquecido, mais apetrechado, e está mais elástico e com mais conhecimento para melhor cumprirmos as nossas obrigações. Temos aqui dois compromissos: proteger a vida e de proteger a natureza, a nossa casa”, sublinhou Vítor Aleixo.

O autarca falou ainda do agravamento das alterações climáticas refletido no consequente aumento do risco de incêndio e da preocupação do Município em criar condições para promover o combate à desertificação nestas paragens.

“É para as populações serranas que nós trabalhamos, para lhes trazer melhores condições para que sintam mais seguros e para que a segurança possa ser um valor capaz de atrair as pessoas ao interior”, concluiu.

Refira-se que após esta cerimónia inaugural decorreu ainda o 5º Encontro Municipal de Equipas de Vigilância e 1ª Intervenção”, no âmbito da defesa da floresta contra incêndios. Um espaço de debate que permitiu, uma vez mais, uma reflexão e troca de ideias entre os vários agentes da proteção civil.

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