Identificar de forma precoce riscos potenciais em barragens, pontes ou estradas através da monitorização por controlo remoto é uma realidade que está a ser estudada na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) por um grupo de cinco investigadores da Escola de Ciências e Tecnologias.
O projeto “RemotWatch – Alert and Monitoring System for Physical Structures” é financiado em 250 mil euros pela Agência de Inovação (adi), com verbas do QREN, e tem como parceira a empresa local Norvia – Consultores de Engenharia.
O investigador Joaquim João Sousa explicou ao Expresso que a aplicação recorre a imagens de satélite e vai permitir detectar “deslocamentos milimétricos em barragens, estradas, pontes, ou outras estruturas feitas pelo homem, em qualquer parte do mundo “.
Joaquim João Sousa salientou que “a localização das deficiências estruturais permitirá uma atuação localizada, e uma poupança de milhões de euros em tarefas de monitorização”.
O investigador, que começou a desenvolver esta tecnologia durante o seu doutoramento na Holanda, defende que esta aplicação teria permitido, por exemplo, “antever os problemas que levaram à queda da ponte Hintze Ribeiro, em Entre-os-Rios”.
O projeto será financiado até junho de 2015, altura em que se prevê fornecer à Norvia o protótipo que medirá as deformações.
À Norvia caberá a seleção de um conjunto de estruturas onde será testado o protótipo do RemotWacth.
A empresa ficará assim capacitada “para realizar o acompanhamento e a gestão da manutenção de estruturas à escala mundial, praticamente em tempo real”, diz o investigador.
Este projeto tem a ambição de ser futuramente alargado à “monitorização da orla costeira, por exemplo, a fim de detectar zonas que estão a sofrer erosão ou deformações nas estruturas de apoio”, refere.
RE