VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

No meu Albernó, capa que me segura, protege e me permite ainda albergar, a meio, ou nos próximo fins, antecipados da semana, nos convidam ao desafio de aproveitar, disfrutar, dias suplementares, fugindo à rotina dos dias continua a ser um próximo auxiliar.

Aproxima-me, na interessante perspectiva, de estarem inscritos a possibilidade, a seguir ao feriado de 1 de Dezembro, num tempo que somado a dois dias úteis, permitirem uma viagem maior e mais calma pelo território que estivesse em escolha.

Inicialmente o desafio era a Costa Vicentina na procura não só da paisagem, do vento que só ali existe sem nos incomodar, mas do percebe, da moreira frita e do sargo que não há como aquele. Mas, há última hora, foi mais forte o impulso para visitar o grande lago –Alqueva. A seca, a intranquilidade que provoca, o que pode vir a seguir, foram fortes motivos para decidir e foi assim que no último momento me resolvi visitar as várias margens do grande lago.

Alojei-me nos arredores de Évora, agora por alguns, agora chamada de Alentejo Central, mas de facto, independentemente do novo qualificativo se ajustar ou não à cultura da região, trata-se de um ponto geográfico que permite em percursos curtos marginar o Alto e o Baixo Alentejo em torno próximo do grande lago. E foi assim contornando Jeromenha, Monsaraz, Mourão, Povoa, Estrela, Alandroal e finalmente Alqueva que me ocupei desfrutando de um largo território.

Em alguns dos percursos eram visíveis os sinais marcados pela seca, mas o grande lago continuava a constituir uma reserva de água à prova de um dos mais alongados períodos de seca, o que faz prever mesmo a quem não é especialista na matéria, que vastas regiões do Alentejo estariam em momento de grande catástrofe económica e humana no País e na região sem a construção do Alqueva.

São visíveis os efeitos de novas terras cultivadas, independentemente de estarem aproveitadas ou não na sua máxima potencialidade. Nova vinha, novos olivais, mesmo que sob a suspeita das consequências do processo intensivo em que foram implantados, lhes deu origem e se desenvolvem. Mas, torna-se claro, mesmo para um leigo na matéria, que existe uma nova economia muita proveniente de investimento externo, sobretudo espanhol, mas também por iniciativa e investimento de empresas portuguesas, em consequência do grande lago que lhes fornecer alimento.

O tempo permitiu-me ainda , a meu prazer, visitar a minha terra e rever amigos. Com maior tempo apreciar o excelente museu etnográfico que a Vila dispõe, tendo ao lado um outro espaço museológico dedicado ao azeite à sua produção e transformação, a par do excelente museu do Café, propriedade da família ou do grupo Nabeiro. Vale a pena visitá-los!

Nestes dias também tive o gosto de disfrutar da excelente gastronomia alentejana, no melhor das suas tradições. Na vila comi uma queixada de porco na brasa deliciosa. Por sorte tive a oportunidade de comer um das sopas mais pobres do Alentejo, hoje transformada em produto de excelência. A chamada sopa de toucinho, prato para matar a fome aos mais pobres mas, com o mesmo objectivo, consegui um lugar num pequeno espaço, porque o restaurante estava a borratar de gente, para almoçar na Maria, hoje classificado entre os 100 melhores restaurantes portugueses, no qual me foi servido um cabrito assado e eu que não sou de doces, acabei estranhamente, a deliciar-me com uma filhoses mergulhadas em mel.

Regressei a casa, cansado e desconfortado. Fez-me bem a viagem na medida certa, mas com a sensação que me espera uma longa viagem, em final de vida. Oxalá o consiga contribuindo em primeiro lugar para que este mandato consiga com êxito assegurar o prometido.

Carlos Figueira

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