VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

Correndo o risco de ser simplista, posição que ocupa hoje um lugar vulgar, diria mesmo privilegiado, em toda a comunicação social, os últimos tempos terão ocupado a maioria dos portugueses divididos entre, uma pequena minoria sobre o que se passa com o espião russo e outra, quiçá, numa mais larga metade, com o destino de quem vai ser campeão na Liga portuguesa, situação alimentada num caldo de cultura de baixo nível, o que me conduziu a não consumir as minhas horas de ócio a frequentar tais programas que não só incendeiam ódios, mas sobretudo deixam antever não só a falta de respeito por atletas, principais protagonistas do jogo, mas sobretudo tendem a encobrir num manto de silêncio os negócios, eventualmente obscuros, que se movem em torno do desporto rei.

Mas, reportando-me à margem mais pequena, ou seja, às acusações à Rússia sobre uma hipotética quanto, na minha opinião, realmente infantil (e não se veja nesta consideração algum desvelo no apoio a Putin) tentativa de eliminação de um ex-espião que se terá vendido a potências ocidentais nas quais a Inglaterra assumia posição cimeira em defesa dos seus interesses. Diria, assim de partida, que o assunto assumiu contornos demasiadamente graves, em contraste com provas que sustentassem tal tese. O que a meu ver nos pode conduzir a recuperar a memória da Cimeira das Lages nos Açores a 16 de Março de 2003, protagonizada pelo recepcionista, então Primeiro Ministro de um Governo de direita, Durão Barroso, ao qual se juntaram Bush, Blair e Aznar, Cimeira na qual, como mais tarde se veio a comprovar, com base em informações infundadas os EUA, “justificaram” a invasão do Iraque, ocupação alargada ao Afeganistão, peças importantes, na estratégica de dominar o Irão pelo que representa em recursos e em posicionamento geográfico.

Num contexto no qual é admissível ter presente algumas eventuais semelhanças, já que continuam por publicar provas consistentes sobre acusações feitas que mobilizaram uma boa parte dos governos da EU em seu apoio, governos de maioria de direita que, a pretexto de tal cenário, não possa estar presente a derrota militar dos EUA e da Inglaterra na guerra na Síria e igualmente, sobre o pano da fantasia, o Reino Unido também procure esconder as consequências da saída da EU. Face a tal situação tenho de considerar de uma prudência enorme a posição sensata assumida pelo Governo do País, em contraste com a esquizofrenia, o simplismo, de toda a direita, predominando a aceitação tácita, sem reflexão, do que lhe era fornecido como verdade, suportada por um coro de comentadores dos quais destaco, de entre outros na mesma linha, o de Manuel Carvalho no Público de 28 de Março.

Regressando ao terreno, saúdo, apoio, a posição assumida pelos municípios de VRSA e Castro Marim em conjunto com os movimentos de cidadania, estes, que desde há muito protestam pelo estado em que se encontra a EN125, sobretudo numa das entradas da mais importante região turística do País, situação que se arrasta há dezenas de anos. Seria importante, porque o problema não se encontra só no troço entre Castro Marim e Tavira mas igualmente noutros percursos de uma via que continua a manter uma importância vital em todo o litoral que tal posição agora assumida fosse segundada por uma posição conjunta da AMAL porque, no meu entendimento, o Algarve está acima de oportunidades políticas de circunstância.

Voltando ao princípio sou, confesso, um adepto do glorioso. Gostaria, obviamente, que nesta parte final o Benfica ganhasse o primeiro lugar mas, confesso que, se assim não for pacificamente me conforme-ei, com o que no campo for decidido, o que não significa ficar indiferente quanto ao que ocorre e é descrito pela comunicação social sobre o submundo que tende a inundar o futebol e nessa medida a exigir uma intervenção mais atenta e interveniente do Estado.

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NB: Defendo que o aeroporto de Faro se passe a chamar aeroporto do Algarve Manuel Teixeira Gomes

 

Carlos Figueira

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