VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

No seio da penumbra que decorre do encerramento da Assembleia da República a novidade passa a ser a intriga e o comentário descochado em que a direita e a extrema direita se especializarem, alguns em momentos muito infantis, no sentido de recuperar algum poder do centro direita e da extrema direita para estabelecer uma nova ordem política com o seu acesso ao poder. Os comentaristas que se ouvem, acolhidos por edições supervenientes, estão ao nível da disputa das próximas eleições para um clube centenário como o Sporting Clube de Portugal. Não há pachorra para os ouvir. A peseudo configuração de Sousa Cintra, como salvador do impossível, transporta um sinal de atraso no plano social só possível por uma desfiguração do universo desportivo.

Mas o que decorre deste universo publicitário/noticioso é o importantíssimo facto que tem a ver com a vida os portugueses, ter estado presente no desperdício do universo noticioso constituído pelas afirmações quer de Jerónimo de Sousa, quer do líder parlamentar do PCP, quando em diferentes ocasiões, que o PCP continua disponível para acertar novos acordos para uma próxima legislatura, reconhecendo todavia, que os avanços para novas políticas dependem da força que a CDU demonstrar nas próximas eleições europeias e legislativas a realizarem-se no próximo ano. É detodo realista esta afirmação e constitui em si mesma um desafio ao eleitorado.

Tais declarações esvaziam de conteúdo e seriedade os anúncios de morte eminente destes acordos entre o PCP, Bloco e Verdes, como também colocam o discurso do Bloco numa situação desconforme, por defeito de quantificação, quanto aos direitos dos professores e do que pode e tem de ser feito para salvaguardar o Serviço Nacional de Saúde.

Tenho acompanhado com curiosidade o processo de descentralização administrativa que o governo tem vindo a negociar com a Associação Nacional de Municípios. É de relevar num plano complexo, difícil, os interesses de cada um, se sobreponham ao que mais interessa ao Páis e sobretudo ao poder local. Na contradição aparente motivada pelos interesse das forças politicas em presença, se tenha conseguido o consenso necessário para aprofundar, justificar, momentos e poderes de descentralização tornando o poder de estado mais próximo dos cidadão e, tanto mais que tal facto, se apro-xime a criação da regionalização assente como Manuel o explica, em cinco regiões, sem necessidade de referendo.

Uma última palavra para o João. Conhecemo-nos como membros da Organização do Norte do PCP. Nenhum de nós era proveniente de tal região, para a qual convergimos, em momentos de vida politica que só a disponibilidade e generosidade revolucionária o poderia justificar. Encontramo-nos como membros do Comité Central e mais tarde na coragem na posição coragem com que demonstrou e explicitou contra a expulsão, por diferenças de projecto e ideias, em relação ao PCP, de dois membros da Comissão Politica, eu próprio, e Edgar Sousa, infelizmente desaparecido, porque a vida assim o quis.

Carlos Figueira

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