Vai Andando Que Estou Chegando

Realmente, para vos ser inteiramente sincero, estava na disposição de pedir desculpa aos leitores do Jornal do Algarve por, dada a quadra carnavalesca em que nos encontramos, não dispor de tempo nem de espaço para poder escrever a tempo a habitual crónica, no tempo que a redacção justamente o exigia, pela circunstância de me ausentar do País nos próximos dias.

Mas, eis que esta manhã de sexta, conjuntamente com o anúncio dos saldos e baixas de preços de variados produtos alimentares e outros do grupos Híper Marche, (não sei se é assim que se escreve), encontro em simultâneo, uma carta de Rui Rio, na figura de ainda Secretário Geral do PSD, dirigida, pelos vistos, a todos os portugueses, em época carnavalesca.

Foi assim, nestas circunstâncias, que sexta-feira, antes de me ausentar do País por um curto espaço de férias organizado por um grupo de amigos no qual me incluíram, que resolvi não anunciar ao Jornal do Algarve, como tinha previsto, a minha indisponibilidade para comparecer na habitual crónica semanal.

A razão desta decisão tem sobretudo a ver com o conteúdo da missiva que Rui Rio e a direcção do PSD resolveram dirigir a todos os portugueses. O que na minha opinião criítica se me afigurou não só como um exercício de demagogia mas também como uma espécie de pedido de desculpa a todos os militantes do PSD. Ao afirmar que “está descontente com os partidos políticos… da forma como todos actuam fomentando birras partidárias“ expressão na qual não estará de facto a ser rigoroso, porque nem todos os partidos são iguais e ele seriamente sabe que assim é! As suas guerras internas que as há, não podem ser confundidas com o resto.

Mas o mais supérfluo, demagógico, enganador é quando se refere à natureza das reformas que deveriam ter sido feitas e que só não o foram pela política dos partidos sustentadas pelo que designa do “bota a baixo“. Mas chegado ao momento pergunto: a que Partidos e que reformas? A destruição do Serviço Nacional de Saúde e da Educação Pública, o reforço nas reformas mais baixas, o aumento do subsídio de desemprego e do salário mínimo, o combate à fraude fiscal. Então qual a alternativa que o PSD apresenta a não ser um texto demagógico, diria, de acordo com a data, um tanto carnavalesco.

De um outro lado o PS arrumou sem aparentes ou explícitos conflitos a lista para as eleições Europeias de Maio com um conjunto de candidatos na maioria próximos do actual líder. Trata-se de um ciclo. É assim com os partidos que governam. As queixas, os desarrumes e as azias ficam para depois, se tiverem ocasiões para as exprimir. Porque na verdade há mais vida para além de ser deputado ao Parlamento Europeu.

Carlos Figueira

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