Vai Andando Que Estou Chegando

Abril é mês de Primavera de renascimento e em geral de encontro com a natureza no seu crescimento esplendoroso, quer para a preparação de novas culturas, ou para nos oferecer paisagens fantásticas que podem acontecer na serra ou no litoral. Nem sempre, de facto, assim é, ou por falta de momento de água, ou porque o clima não nos a oferece em abundância excessiva. São ciclos. E na análise desses mesmos surgem sempre os que consideram que a barragem do Alqueva, a maior obra publica realizada nessa vasta região do nosso Alentejo, se transformou nos juízos de alguns, no envenenamento das suas potencialidades agrícolas. Para além do facto de haver críticas mais ou menos justas à gestão de toda aquela infraestrutura, eu que embora sendo alentejano de origem e nada percebendo de agricultura, desculpem os mais entendidos nesta matéria, sem o Alqueva, apesar dos ciclos da natureza, estaria hoje a sofrer em maiores dimensões as suas consequências, mais seco e mais pobre.

Mas Abril é para a maioria do nosso povo um ano de alegria, de festa, porque aconteceu nesse calendário a mudança mais profunda no País com o 25 de Abril, com a queda de uma ditadura de mais de quarenta anos. E por muito que pode faltar para concretizar em todas as esperanças que muitos de nós depositávamos nesse generoso e envolvente popular. O País é outro, por muito que falta por fazer na consolidação do Sistema Nacional de Saúde, na Edução e sobretudo no salto qualitativo, em direitos sociais, muitos deles recuperados pela conjugação de propostas entre a “geringonça“ e o PS. Claro que sempre falta num processo de modernização acompanhado da sua democratização. Nesse sentido defendo que País tem de avançar na próxima legislatura para a criação das Regiões Administrativas, processo que noutros países da EU, independente das formas que encontraram, mas tendo sempre como base a decisão mais próximas dos cidadãos, os conduziram a recuperar atrasos de décadas.

Mas este Abril é mês marcado por outras decisões importantes que afectarão não só o conjunto da EU mas tanto tal, a sua própria existência como tal, tendo presente que nunca ao longo da história foi possível unir num projecto comum, económico, cultural, social, a esmagadora maioria dos países europeus. Pela parte que nos toca é necessária que cada candidatura expresse, de forma clara, o que entende sobre questões fundamentais como a de querer estar ou não estar como membro da EU. Esta questão diz respeito a todos. Mas veremos, mais próximo, o que nos dizem os resultados das eleições legislativas e autárquicas neste imenso e controverso País que é Espanha. E, em certo sentido, apesar das diferenças de base que não se podem confundir o que resulta do processo de saída da EU da Inglaterra. Os prazos anunciados são ridículos, para não dizer pior, os primeiros até finais de Abril, cuja credibilidade é desde logo posta em causa, e agora para finais de Outubro? É credível então que se elegem deputados e comissários para uma duração de seis meses,mais ainda em em tempo de férias? O que pressupõe, a meu vêr ,que nem a Inglaterra, nem a própria Europa desejem a sua saída. Se assim for terão de encontrar uma situação criativa para que tal seja possível e credível perante a opinião pública.

Mas em Abril também aconteceu o almoço convívio da Renovação Comunista, juntando pessoal de VRSA, Alcoutim, Faro, Beja, a que se associaram várias saudações de apoio e amizade de vários pontos do País. Trata-se de uma iniciativa que ao longo dos últimos anos se tem repetido. Ai se discutiu inevitavelmente a situação politica do Pais, as próximas eleições Europeias e a influência que poderiam ter nas próximas de Outubro . Discussão viva e até controversa face a algumas das analises expostas, interessante, viva,mas também muito centrada no que poderá e ser para o País a continuidade da “gerigonça”, nesta ou noutras formas, dando uma grande enfase no compromisso que os diversos partidos deveriam assumir quanto à criação das Regiões Administrativas. Marcada ficou nova reunião convívio para Outubro próximo.

Carlos Figueira

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