Por exigências que sempre aceitei da redacção estou a acabar o meu texto no final da tarde num clima em que está claramente uma crise política em aberto e portanto é natural que algum elemento falhe nesta análise.
Crise provocada no essencial pelo facto do grupo parlamentar do PSD e do CDS terem votado com o PCP, Verdes e Bloco, um documento no qual declaram uma posição de concordância na aceitação da contagem do tempo de nove anos e dois meses dos professores para efeitos de remuneração carreiras e pensões, facto que até até aqui só a esquerda tinha vindo a defender, numa posição, aliás, moderada no tempo, negociada com sindicatos, no espaço pelo governo atendendo às condições financeiras do País e às repercussões que uma medida tomada de supetão para uma só classe teria perante outras que se encontravam em situações de injustiça semelhantes, abrindo-se uma caixa de pandora, insuportável para o equilíbrio das contas públicas. A posição da direita só se percebe por fins demagógicos e eleitoralistas e só assim se compreende o susto que os assaltou perante a declaração do Costa em demitir-se, a justificar o dito pelo não dito numa atitude de baixa política, e o mesmo se poderá dizer da esquerda comandada por um dirigente sindical que tendo os seus méritos não deixa de ser isso mesmo. Costa surpreendendo tudo e todos mas assumindo-se como um dirigente, anunciar a sua a sua demissão como Primeiro-Ministro porque não tinha condições de governar em condições financeiras tais, o que desta declaração resultou foi um estrondo foi um estrondo em todos em todas as forças políticas em horas tardias o tal documento que pelos vistos nem o Rio conhecia.
O que desta crise sai, seja qual for o resultado, é uma estrondosa derrota da direita, da esquerda e da própria luta dos professores. Veremos os próximos episódios.
A situação da Venezuela saiu das primeiras linhas dos noticiários. Mas não posso deixar em branco o que no acesso do que se apelidou de golpe de estado se escreveu sobre tais acontecimentos na imprensa portuguesa a propósito dos acontecimentos que decorriam naquele País. Afirmava nesse sentido o director do Público MC, na edição de 1 de Maio, “que nada move Maduro um herdeiro dos ditadores mais implacáveis da América Latina“, comparável a Sumosa ou Vilela, ditadores como Pinochet, assumidamente de extrema direita, apoiados e financiados pelos EU, que assassinaram milhares de cidadãos, levaram milhares para o exílio e entregaram as reservas do país aos grandes grupos monopolistas “Comparando situações incomparáveis, por muito que não se goste da política e do estilo de Maduro, e não me encontro no grupo dos seus apoiantes, o editorial em referência só pode ser considerado na categoria do jornalismo de sargeta de quem o produz, por falta de rigor e de sentido de sentido de ética.
É raro acontecer em VRSA um crime violento com a expressão que teve nestes últimos dias com o assassinato de uma jovem conhecida de muitos pela profissão que exercia num dos mais conhecidos restaurantes da Vila, morta de forma violenta, ainda que não se saiba por quem. A Justiça que resolva. Por detrás fica a tragédia da morte de uma jovem e dos filhos que alguém tem de acolher. É certo que acontecimentos como estes têm infelizmente vindo a aumentar na sociedade portuguesa de Norte a Sul. Estão por apurar causas que seguramente não se podem só resumir a passionais.
Fez bem e felicito-a por tal, a presidente da Câmara de VRSA, ao assinalar o ato, numa atitude de protesto, com a marcação de um minuto de silêncio com um uma concentração frente ao município, ato acompanhado de um bom texto, onde exprime o seu protesto e solidariedade para com os seus familiares e cidadãos em geral. Tais gestos ajudam-nos, mais que não fossem, a tomar consciência que perante tais actos bárbaros nos cabe a responsabilidade de os isolar e combater.
Carlos Figueira