VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

É incontornável na abertura deste texto sem referir a morte de um grande amigo, comunista, membro do PCP, homem da resistência à ditadura, preso pela Pide, de uma cultura exemplar, porque diversa, e com quem, antes e depois do 25 de Abril, tive o privilégio de conviver. Estou a falar-vos do médico coimbrão Manuel Lousã Henriques, membro do PCP, incontornável figura do movimento anti fascista, mas igualmente impulsionador de tudo o que foi ou veio a ser a nova m]usica portuguesa pós 25 de Abril. Dada a personalidade que era, os nossos encontros tinham um rigor de hora marcada em locais que a polcia não supunha. Junto à estação da CP em Coimbra, ou à entrada da ponte em hora precisa. Esperar não era possível e quando assim fosse por qualquer circunstância imprevista a máxima tolerância era voltar meia hora depois. Mas de que me recordo nunca falhamos e há hora precisa lá esta estava pedindo boleia.

Foram viagem fantasistas, todas elas, e eu na circunstância era o que se pode dizer um jovem pouco mais que adolescente, viagens que não se resumiam só à apreciação da situação politica do momento no pais, mas ao que se passava no mundo, e às transformações que se operavam já na cineciência que ele seguia com atenção, já com sentido critico face aos atrasos que na sua opinião se passavam nos Países dirigidos por partidos comunistas.

Foram sempre viagens fantásticas para um alentejano em plena serra do interior onde jamais tinha estado e que ele teve também o cuidado de me explicar as suas origens o que que me ajudou, infelizmente sem grande sucesso, levar para tal universo as nossas propostas. Lembro que numas das sessões de esclarecimento em que os dois já depois do 25 de Abril participamos, só com a GNR a proteger-nos conseguimos sair do local, perante a hostilidade de um grupo de arruaceiros.

É incontornável a abertura deste textosem referir a morte de um grande amigo, comunista, membro do PCP, homem da resistência à ditadura, preso pela PIDE, de uma cultura exemplar, porque diversa, e com quem, antes e depois do 25 de Abril, tive o privilégio de conviver. Estou a falar-vos do médico coimbrão Manuel Lousã Hen-riques, membro do PCP, incontornável figura do movimento anti fascista, mas igualmente impulsionador de tudo o que foi ou veio a ser a nova música portuguesa pós 25 de Abril. Dada a personalidade que era, os nossos encontros tinham um rigor de hora marcada em locais que a polícia não supunha. Junto à estação da CP em Coimbra, ou à entrada da ponte em hora precisa. Esperar não era possível e, quando assim fosse por qualquer circunstância imprevista, a máxima tolerância era voltar meia hora depois. Mas, do que me recordo, nunca falhámos e à hora precisa lá estava pedindo boleia.

Foram viagens fantasistas, todas elas, e eu, na circunstância, era o que se pode dizer um jovem pouco mais que adolescente, viagens que não se resumiam só à apreciação da situação política do momento no país, mas ao que se passava no mundo, e às transformações que se operavam já na ciência que ele seguia com atenção, já com sentido crítico face aos atrasos que, na sua opinião, se passavam nos países dirigidos por partidos comunistas.

Foram sempre viagens fantásticas para um alentejano em plena serra do interior onde jamais tinha estado e que ele teve também o cuidado de me explicar as suas origens o que que me ajudou, infelizmente sem grande sucesso, levar para tal universo as nossas propostas. Lembro que numas das sessões de esclarecimento em que os dois já depois do 25 de Abril participámos, só com a GNR a proteger-nos conseguimos sair do local, perante a hostilidade de um grupo de arruaceiros.

Mas há momentos, madrugadas, mais deliciosas. O Manuel teve uma importância decisiva na criação da Brigada Victor Jara criada nas noitadas da sua cave, quer quanto aos poemas como na harmonia das canções que lhe deram corpo. Por tudo o que representou antes e depois na luta contra o fascismo, no erguer de uma nova cultura, bem merece, pelo que representou, um reconhecimento da cidade de Coimbra que como comunista sempre honrou as suas ideias até ao fim da sua vida.
[email protected]

Mas há momentos , madrugadas, mais deliciosas. O Manuel teve uma importunância decisiva na criação da Brigada Victor Jara criada nas noitadas da sua cave quer quanto aos poemas como na harmonia das cancões que lhe deram corpo. Por tudo o que representou ante e depois na luta conta o fascismo, no erguer de uma nova cultura. Bem merece pelo que representou um reconhecimento da cidade de Coimbra que como comunista sempre honrou as suas ideias até ao fim da sua vida.

Carlos Figueiras

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