VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

Entramos no maior mês de férias dos portugueses independentemente da forma e das possibilidades económicas que cada um dispõe para as desfrutar. Mas também é tempo de regresso de emigrantes ao seu País e às suas terras, alguns até para ficarem em definitivo após longos anos de ausências. Tenho-me apercebido que regressos sem grandes confortos financeiros para além da casa que foram construindo ou compraram, porque eventualmente fugiram durante anos ao pagamento de impostos à segurança social. Não sei se assim ou foi o acumulado e aceite do pagamento de salários baixos.

Por cá as férias no plano político iniciam-se com crises acumuladas e dossiers em suspenso qualquer deles dependentes na sua solução, da correlação de forças que vier a ser estabelecida após as eleições de Outubro. De entre eles SNS, Lei Laboral, Justiça, Educação, Habitação, Regionalização.

Crises, políticas porque ninguém prevê, que não bastam 75% no interior do PSD na aprovação de listas de deputados, para acreditar na pacificação de um partido cuja guerra e desagregação interna está longe de estar estabilizada. Basta Rui Rio atingir um resultado não muito longe daquele que as últimas sondagens indicam, para no dia seguinte estar aberto um processo para a sua sucessão e o mesmo por idênticos motivos acontecerá ao seu parceiro de direita Assunção Cristas. O que se perfila nesta área, a não ser que aconteça qualquer terramoto, são anos de ausência de poder executivo da direita no seu conjunto porque não dispõe nem de liderança nem de projecto que o contraponha ao do PS, mesmo com o apoio de uma imprensa que tudo explora, mesmo ao ridículo, para diminuir a capacidade de liderança do PS. As pequenas coisas tornando-as como grandes acontecimentos políticos, para diminuir os impactos maiores na economia e no social obtidos pela governação no único sentido de evitar uma maioria absoluta do PS.

Na esquerda e estando também convencido, até agora, que não haverá condições para uma maioria absoluta do PS, também me parece que não estão reunidas condições para a reedição de uma nova “gerigonça “ pelo progressivo enfraquecimento do PCP, cuja posição última acerca da proposta da Comissão sobre a Regionalização se me afigura de um enorme sectarismo, colocando o Partido à margem de uma discussão que vai marcar um dos grandes debates da sociedade nos próximos tempos.

Francamente não se percebe e assim sendo coloca um problema de enorme actualidade política cujas repercussões nas próximas eleições autárquicas me parecem evidentes. Mais, a manterem-se tais posições nas legislativas, abre igualmente a possibilidade do BLOCO reivindicar junto do PS não só acordos mas a sua participação no Governo, tal como o Podemos o está exigindo em Espanha, já na linha em que o dirigente do grupo parlamentar do Bloco o expressou no acampamento deste verão.

Carlos Figueira

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