VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

Neste pós eleições esperara uma situação mais clara sobretudo quanto ao futuro por parte do PS, dado os resultados obtidos por este partido. Bem sei que isto de formar novo governo e os negócios internos que para que tal aconteça não é tarefa fácil tornando, com o andar dos dias, o adensamento de uma situação, que a meu ver, não contribui para o seu desanuviamento.

Percebe-se a necessidade de quatro Ministros de Estado, dada a necessidade de melhorar a coordenação do Governo face a maior ausência de alguns em funções que as obrigações na EU obrigarão. Mas não deixa de ter relevo os desagravos que vêm sendo expostos sobre algumas das substituições, sobretudo na área do mar e dos portos, bem como a fraqueza das propostas na área da saúde e simultaneamente na Justiça. Mas a vida dirá.

No plano político veremos o que o governo irá propor no seu programa, sendo que não deixa de ser estranho que até agora não se ouviu mais, nem do AC nem de qualquer outro membro do governo, que a haver acordos, de que forma forem, seriam sempre com as forças de esquerda, ou de outra forma dizendo, independentemente da sua forma, politicamente, à esquerda.

A direita, sobretudo o PSD, levará algum tempo a recompor-se não só no plano interno, mas igualmente no plano político. Mas não excluo, da sua parte, se tivessem iniciativa política para além das guerras internas, a apresentação de uma moção de rejeição ao programa do governo, mesmo que instrumentalmente servisse, e só, para expor o comportamento perante tal atitude por parte dos demais partidos. Aliás, como prova de ensaio sobre futuros Orçamentos de Estado. Mas, enfim, cada um sabe para o que está na vida política, porque é necessário ter presente que estamos em presença de um governo que não tem maioria absoluta.

O resto da direita pouco conta, com o CDS reduzido ao regresso ao “Partido Taxi“ com soluções internas apontadas para os primeiros meses do ano e o “Chega“ é uma invenção que não passa mesmo disso. Têm mais vulto os liberais.

À esquerda há uma abertura ao diálogo por parte do Bloco sobretudo centrada nas questões das leis laborais enquanto que por parte do PCP se regressa a um discurso de distanciamento ao diálogo e à negociação, antes marcado por um posicionamento de apelo à luta pela luta, como se esta se inventasse sem condições objectivas e subjectivas para que tal se efectivasse, ou seja, regressar a um partido de protesto com os resultados que têm colhido. Àqueles que conduziram na “geringonça” obterem-se benefícios reais vários que não estavam no programa nem eventualmente nos propósitos do governo do PS, e só foram possíveis pela presença, luta, perseverança, do PCP e do Bloco, com o PCP a não saber tirar partido dessas vitórias e para mais a continuar a somar o PS ao PSD e ao CDS, tendo apoiado todos os Orçamentos de Estado, de toda a Legislatura propostos pelo governo do PS, o povo não percebeu e não lhe deram a confiança que mereciam, por culpa própria e que até hoje não reconheceram, continuando a culpar extraterrestres pelos seus contínuos desastres eleitores.

Carlos Figueira
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