VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

O Outono despede-se deixando um traço de tristeza não só porque impede que o Inverno se afirme, como bem era necessário, mas também porque se associa a um final de ano em que muitos projectos que constituíram esperanças de vida melhores se afundaram, deixando para o presente um clima marcado pelo desencanto, pela tristeza, incrementando, fomentando, infelizmente, o egoísmo, a maledicência, deixando vir à superfície o que de pior tem o ser humano, do ponto de viste de princípios, de educação e de ética.

É afinal neste final de tempos que foram longos, que procurei afastar-me do que de pior na minha opinião expressavam, que resolvi distar-me deles quanto pude. E se assim pensei resolvi nos últimos, e tanto quantos noutros anteriores, pelas mesmas razões, desta vez, visitar a cidade de Mérida. Já lá não ia seguramente há muitas décadas. Entrei por Espanha e saí por Portugal bordejando Badajoz e a minha terra, Campo Maior. Fiz pausa em Estremoz, na Tasca do Isaías para almoçar uma tradicional “Burra“ e fazer-me depois ao regresso atravessando o Alentejo até VRSA. Fez-me bem ao espírito toda a decisão tomada.

Em Mérida respira-se um ambiente romano para além do espectáculo dos seus monumentos, com particular evidencia para o Circo, o Anfi-Teatro o Teatro e o espectacular Museu de Arte Romana, numa construção adequada, para albergar as enormes peças que decoravam os grandes salões dos palácios do império.

A nova ponte que une as duas margens do Rio Guadiana, peça fundamental de abastecimento do Alqueva, reserva um espaço para os peões, o que permite no seu trajecto apreciar, porque a distância dista poucas centenas de metros, a antiga ponte romana, o que constitui um espectáculo inesquecível.

De volta dei-me conta que pouco tinha mudado por aqui. No PSD a guerra continua em torno da candidatura à liderança e também seja verdade que a situação não era alterável em poucos dias. Já no Bloco é surpreendente a dimensão que atingiu, em tão pouco tempo, a contestação interna, num grupo que se me afigura contra os acordos com o PS, ou seja mais influenciado pela UDP ou por qualquer outra ala esquerdista, o que em nada de bom pronuncia. O Livre está aflito entre dois pólos, em aguentar uma deputada que fará, já se percebeu, o que entende, e a necessidade de a manter ligada ao partido por vários motivos… Do CDS vá lá saber-se o que de lá vai sair. A tentativa de agregar o Chega não prece ter grande adeptos e o movimento de alargar o Chega não se me afigura venha por enquanto a ter o êxito esperado.

Notícia interessante e oportuna a apresentação do Projecto para que se avance para a criação da Regionalização por parte do PCP num momento que tem colocado os centralistas em alerta e nesse sentido exemplar maior é dado pelo comentário semanal de Manuela Ferreira Leite, na TVI, ministra de Cavaco, que sobre a matéria em causa, só faltou dizer que vinha aí o diabo com tal medida. Enfim o de sempre.

Carlos Figueira

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