VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

Estamos a viver um acontecimento que marcará de forma trágica este século, distante das consequências, na sequência de outros, quer na idade média quer no século que XX, que atingiram milhões de pessoas. Não estávamos era à espera, em sociedades desenvolvidas, que de um momento a outro fossemos atingidos de forma tão brutal e com tão grau de incerteza, provocado por um vírus cuja origem se sabe de onde partiu mas com um grau e rapidez de propagação que pelos vistos surpreendeu toda a comunidade científica ao ponto de ainda hoje não haver resposta credível que anuncie qual o calendário que se prevê para lhe por termo. A não ser que estamos no início de um processo cujo termo por enquanto se desconhece.

E sobre esta matéria o Mundo está cheio de teses mais ou menos fantasiosas, fundadas em estatísticas, ou em adivinhações e quanto a estas o artigo de domingo, no Público, de António Barreto, é deveras bastante ilustrativo, diria mesmo, enciclopédico, para me ficar por aqui.

Neste contexto tenho a opinião que perante a tragédia que enfrentamos, e no contexto das nossas dificuldades, a existência do SNS com todas as suas deficiências, na sua ausência, estaríamos hoje, numa situação bem pior. As medidas que têm vindo a ser tomadas de acolhimento e tratamento, têm amenizado situações de maior risco e sobretudo tranquilizado a população para os riscos que estávamos a enfrentar, apelando à calma, ao bom senso, de modo a evitar situações de pânico e a tornar claro para a camada etária de maior risco, que ficar em casa não era um sacrifício mas um benefício para as suas vidas. Nesse sentido, creio que o governo ganhou no fundamental uma batalha que tinha de ser ganha sobre perigos maiores, sobretudo porque a gravidade do surto epidémico ainda não atingiu o seu grau maior que, pelo que está dito, se espera para o mês de Abril.

O agora anunciado encerramento das fronteiras entre Portugal e Espanha, reduzindo-a ao tráfego de mercadorias e à circulação de trabalhadores, que de um lado e de outro, trabalhem nos dois países, vai ter um impacto brutal nas econo-mias respectivas, sobretudo as mais expostas, como é o caso de VRSA, sobretudo no sector da restauração e comércio. Para além dos prejuízos que se esperam e já anunciados, com o corte de reservas na hotelaria. Não são bons os tempos que se anunciam.

O Presidente da AR por sua vez, anuncia medidas que restringem a acção parlamentar a uma sessão semanal, seguidas de outras que limitam a composição e o nível de reuniões das comissões em linha com as medidas de restrições que a todos os níveis o País tem vindo a tomar. Tudo indica que o conselho de Estado convocado por Marcelo proporá na quarta-feira ao Governo e ao Parlamento a aprovação do Estado de Emergência, o que significará para já medidas cautelares e restritivas à circulação de pessoas, veremos qual o alcance da medida aprovada.

Mas a crise em que o País se encontra não pode exigir do governo medidas orçamentais que garantam linhas de crédito às pequenas e médias empresas, reforço de medidas de apoio social aos mais desprotegidos, alargamento de prazos para pagamento de encargos de dívidas à segurança social, porque o País para além da crise do vírus tem de continuar a funcionar.

O PS quer por AC quer pelo seu Vice-Ministro, fizeram um apelo ao entendimento à esquerda. Voltaram hoje a esse apelo. O primeiro não teve por parte da esquerda que se saiba qualquer resposta. Talvez agora seja oportuno dizer alguma coisa sobre tal assunto.

Carlos Figueira

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