VAI ANDANDO QUE ESTOU CHEGANDO

Na edição do Jornal Público de 9 de Maio o Embaixador da Rússia em Portugal, insere um texto a propósito dos 75 anos da vitória das forças aliadas sobre o exército nazi-fascista, texto ilustrado, pela célebre fotografia que correu mundo, com um soldado soviético a colocar a bandeira do seu país, no Parlamento do regime derrotado pelas forças aliadas, nas quais o exército da antiga União da das Repúblicas Soviéticas desempenhou um papel decisivo. Foram aliás as primeiras a chegar a Berlim após uma batalha sangrenta.

O texto para além de repor a verdade histórica sobre tal acontecimento, perante todas as deformações que lhe seguiram, sobretudo sobre o papel que o exército soviético desempenhou nessa derrota, valoriza sobretudo o novo mundo que se abriu à humanidade com a derrota do nazi-fascismo e o que ele representava no plano ideológico e nesse sentido a abertura que permitiu aos povos para usufruírem de liberdade e bem-estar, bem como a formação de instituições voltadas para assegurar a paz e entendimento entre as nações com a criação da ONU, hoje presidida por um Português, como ele sublinha. Para além de todo o processo de descolonização que se abriu a partir dessa nova correlação de forças, processo no qual, infelizmente para o povo português, fomos dos últimos a reconhecer a independência das antigas colónias, o que só se tornou possível com o 25 de Abril e a derrota do regime fascista.

Infelizmente o Mundo, 75 anos após tão empolgante vitória, não caminha hoje, no melhor dos ventos que então se anunciavam. As desigualdades aprofundaram-se e em muitas áreas do globo permanecem guerras tribais, ou de carácter religioso, levando a morte e a pobreza, apesar do empenho, da ajuda militar e humanitária, mobilizada sobre a égide, das forças internacionais, nas quais Portugal se empenha e participa. Oxalá melhores tempos nos esperem.

Regressando à nossa realidade entramos na última semana da “calamidade“ o que sucederá a seguir, que medidas vão ser tomadas é uma incógnita. Espera-se que menores condicionamentos aconteçam na vida das pessoas, na actividade económica, que se concretizem finalmente apoios à actividade produtiva pública e privada. Existe muita gente a passar dificuldades e mesmo fome. É deveras preocupante as decisões que a UE tomará no sentido de enfrentar a crise económica provocada pela pandemia do coronavírus. António Costa já abriu a possibilidade para uma reformulação profunda na composição da UE.

A época balnear, decisiva para o Algarve, está próxima da sua abertura, ainda não se conhece, com rigor, sobretudo na área da restauração, como vai funcionar a ocupação e gestão dos seus espaços, a região não é Lisboa, cada caso é um caso, e sendo verdade que não sendo possível definir normas, caso a caso, tem de haver , pelo menos, a flexibilidade necessária, para dar clareza a regras nas quais possam caber a grande maioria.


Creio, pelo que me vou apercebendo, que existe a consciência de que este verão não só não será como os outros, como nada será igual no futuro. Mas também noto, sobretudo em gente mais jovem, uma disponibilidade para vencer as dificuldades que enfrentam.

A vida política do PaÍs está, a meu ver, a ser marcada por algumas curiosidades. Uma delas o “Chega “ a ganhar protagonismo e espaço polÍtico, não pela importância que em si mesmo tem, mas pela que lhes é dada não só pela comunicação social, dominada pela direita, mas também pelos seus “supostamente “adversários políticos, em particular do CDS, e por outro lado a dificuldade que enfrenta Rui Rio que se encontra na difícil situação polÍtica de não ter em quem se encostar e as eleições autárquicas estão no horizonte próximo com as presidenciais à beira da porta.

Carlos Figueira

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