Varoufakis quer criar um partido e movimento pan-europeu contra a austeridade

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“Em vez de participar numa campanha eleitoral que acho que será triste e infrutífera, vou continuar politicamente ativo, talvez ainda mais ativo do que fui até agora, ao nível europeu.” É assim que Yanis Varoufakis anuncia que, ao invés de ser candidato às próximas eleições gregas que deverão realizar-se no final de setembro, irá concentrar esforços na criação de uma “rede europeia” para combater a austeridade, que poderá evoluir para “um partido pan-europeu”.

O antigo ministro das Finanças da Grécia falava durante uma entrevista à rádio australiana ABC, acrescentando que não acredita no caminho que o Syriza e Alexis Tsipras escolheram. “O partido e o líder que servi decidiram mudar completamente o seu caminho e escolher uma política económica que não faz sentido nenhum, que nos foi imposta”, disse, sublinhando que não acredita que o governo que vencer as eleições consiga assegurar uma maioria.

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Durante a entrevista, Varoufakis não se coibiu de reforçar a sua divergência em relação às decisões mais recentes tomadas pelo Governo de Alexis Tsipras. “Veja o que ele assinou: ‘o Governo compromete-se a consultar e acordar com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional todas as ações relevantes para alcançar os objetivos antes de legalmente adotadas.’ Ouviu isto? O Governo compromete-se a concordar mesmo que não concorde. Isto são os termos de uma rendição”, critica Yanis Varoufakis.

O ex-ministro foi ainda mais longe. De forma indireta, acusou o líder do Syriza de ser “louco”, comparando-o à personagem da mitologia grega Sísifo, ao “continuar a empurrar a mesma pedra da austeridade encosta acima, contra as leis da economia e princípios éticos.” E acrescentou: “Em criança, considerava Sísifo um louco. Eu simplesmente teria deixado de empurrar a pedra.”

Questionado sobre a Unidade Popular, movimento criado por deputados dissidentes do Syriza que votaram no Parlamento contra o acordo entre a Grécia e os credores europeus, Varoufakis revelou que, apesar de sentir alguma “simpatia” não irá juntar-se àquele, uma vez que não concorda com a política “isolacionista”, de regresso ao dracma, que a nova formação defende.

RE

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