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Valor “exagerado” (3.000 euros) exigido pela Associação Portuguesa da Classe Internacional Optimist (APCIO) e dificuldades para reunir as verbas até à data estipulada deixaram Viktoriya Kononova fora da prova que se disputa em Itália
DOMINGOS VIEGAS
A jovem velejadora Viktoriya Kononova, da Associação Naval do Guadiana (ANG), tinha garantido a qualificação para o Europeu de Optimist (classe de iniciação), que está a decorrer em Itália, mas acabou por ser substituída por uma velejadora do Porto devido ao facto da Associação Portuguesa da Classe Internacional Optimist (APCIO) não ter recebido o respetivo pagamento.
Esta semana, alguns órgãos de comunicação chegaram a noticiar que a ausência da velejadora se tinha ficado a dever à falta de apoio financeiro por parte da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, o que já foi refutado pelo próprio presidente da ANG.
Em declarações ao Jornal do Algarve, Luís Madeira explicou que a jovem não participou na prova devido aos “valores exagerados” solicitados pela APCIO, 3.000 euros, e também à atitude dos pais, que enveredaram por “um processo individualista de angariação de fundos”, à revelia do clube.
O dirigente dá como exemplo o valor de 2900 euros solicitado para a participação de três velejadores da ANG (Daniela Miranda, Bruna Carvalho e João Abrantes) e de um monitor no Campeonato do Mundo da classe Laser 4.7, que se disputa de 30 de julho a 07 de agosto em Kiel, na Alemanha. Luís Madeira compara assim este valor com o “exagerado orçamento” apresentado pela APCIO para uma só velejadora da classe de iniciação (os referidos 3.000 euros).
“Assim que tivemos conhecimento da qualificação, solicitámos orçamentação aos respetivos treinadores para se analisar a possibilidade de deslocação face aos custos. A ANG trata todos os atletas por igual. Mas, logo após o apuramento da velejadora Viktoriya Kononova, fomos confrontados com iniciativas individualistas, e à margem do clube, por parte dos seus pais e de amigos, através da venda de rifas, apelos no facebook, recolha de fundos para uma conta bancária e, inclusivamente, um pedido isolado de apoio à autarquia”, explica o dirigente.
No dia 20 de junho, a direção da ANG reuniu com os pais e treinadores dos velejadores qualificados para as competições internacionais. “A mãe da Viktoriya pediu desculpa pelo comportamento, comunicou que as iniciativas de angariação já tinham sido suspensas e afirmou que tinha decidido que a filha não se deslocaria a Itália, já que, dada a sua idade [11 anos], teria outras oportunidades”, conta Luís Madeira.
Porém, e apesar do elevado orçamento, a direção do clube decidiu “fazer um esforço no sentido de proporcionar a estes jovens a participação conquistada, desde que esse procedimento também fosse seguido pelos pais e pela autarquia”, explica o presidente da ANG.
Desta forma, o clube avançou com um pedido de apoio, à Câmara Municipal de VRSA, de 2.000 euros, correspondente a um terço das despesas totais (6.000 euros) da deslocação dos quatro velejadores às competições internacionais de Optimist e de Laser 4.7. O restante seria suportado pelo clube e pelos pais.
Apoio chegou tarde
O ofício foi enviado à autarquia no dia 27 de junho, mas, apesar do pedido de urgência na resposta, por questões burocráticas, a edilidade só conseguiu confirmar o seu apoio no dia 11 de julho. Nesta altura, a APCIO já tinha cancelado a participação da velejadora, substituindo-a pelo referido velejador do Porto, classificado imediatamente a seguir, por não ter recebido os referidos 3.000 euros dentro do prazo estipulado.
Perante esta situação e depois de João Abrantes também ter desistido da sua participação, neste caso no Mundial da Alemanha e por questões pessoais, a direção da ANG informou a autarquia vila-realense que o apoio solicitado passaria a ser de apenas mil euros, em vez dos iniciais dois mil euros, já que o número de velejadores que se deslocariam às provas também tinha sido reduzido para metade.
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