Vento forte está a alimentar incêndios em Monchique e Silves

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Vários moradores recusam-se a abandonar as suas propriedades e são “forçados” a sair por elementos da Proteção Civil

Ao sexto dia do incêndio que começou na serra de Monchique, a situação meteorológica está dificultar o combate às chamas e há várias vias cortadas ao trânsito. Um vento que sopra forte e que muda constantemente de direção está a complicar os trabalhos dos bombeiros.

Apesar de a GNR ter apelado à população para que obedeça às orientações das autoridades em caso de evacuação devido aos incêndios, já foram registados vários episódios em que os moradores recusam-se a abandonar as suas propriedades e são “forçados” a sair pelos militares.

O JORNAL DO ALGARVE ouviu mesmo duas testemunhas que garantiram haver pessoas que se trancam dentro de casa e fingem que não está ninguém quando chegam as autoridades. “Assim é que conseguiram salvar as suas casas, porque senão tinha ardido tudo e ficavam sem nada”, refere uma moradora. Há ainda relatos de quem tenha fugido da GNR para não ser levado. Mesmo assim, não há registo de qualquer vítima mortal até ao momento. Já o número de feridos subiu para 32, um dos quais em estado grave.

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Entretanto, a Proteção Civil afirmou esta manhã que a situação está “mais estável” e que a “frente da Fóia é a mais complicada”. A outra zona crítica é em Silves.

Às 11h30 desta quarta-feira, o ponto da situação disponível na página da Proteção Civil indica que estão no terreno treze meios aéreos e 1.288 operacionais, apoiados por 381 viaturas.

O fogo já levou à evacuação de várias localidades nos concelhos de Monchique e Silves, tendo já consumido mais de 21 mil hectares, o equivalente a 21 mil campos de futebol. Pior, só em 2003, quando a serra ardeu durante dez dias e o fogo consumiu 41 mil hectares.

O incêndio que assola a região já é visível do espaço, tendo sido fotografado segunda-feira pelo astronauta alemão na Agência Espacial Europeia (ESA), Alexander Gerst, que partilhou três imagens nas redes sociais.

Na fotografia mais aproximada é visível uma coluna de fumo por cima da região onde as chamas lavram há dias em Monchique, e que se estendia até ao mar.

Nuno Couto|Jornal do Algarve

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