Vestígios árabes à vista de todos na cidade de Albufeira

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A obra de requalificação da Praça da República, na cidade de Albufeira, envolveu um investimento de cerca de 100 mil euros. A inauguração desta obra foi um dos grandes destaques nas comemorações do Dia de Portugal em Albufeira. Na Praça da República, a cerimónia contou com a presença da delegada regional da Cultura, Alexandra Gonçalves, a qual salientou a criteriosa opção de requalificação, a qual permite a visualização dos vestígios arqueológicos sem correrem riscos.

Estes vestígios referem-se a duas casas do período islâmico (séculos XII-XIII), em conjunto com muitas outras que estavam dentro do castelo e que era o local onde residia a elite política e a guarnição militar da vila de então.

Refira-se que a fortificação medieval de Albufeira (al-Buayra) desempenhou elevada importância estratégica para defesa marítima do Algarve islâmico e era formada por um castelo construído naquela praça, da qual apenas resta a torre do Relógio e as muralhas que protegiam toda a elevação.

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Quanto à solução encontrada, foi a de construir em torno dos vestígios um círculo de placas que permitem a visualização dos achados e, ao mesmo tempo, criar efeitos de luz natural. Deste modo, evita a intrusão humana no espaço e, ao mesmo tempo, garante a continuidade de todas as funcionalidades do espaço envolvente.

“Houve um diálogo que se foi estruturando, ao longo de muitas trocas de informação antes do projeto ser submetido a uma apreciação técnica e efetiva”, disse Alexandra Gonçalves.

A diretora regional revelou que chegou a ser pensado “tapar toda a praça e não ficar nada visível, dados os riscos que se corre quando se tem arqueologia a céu aberto”.

No entanto, “a opção foi inteligente”. “É uma opção que ficou num intermédio, pois permite-nos fazer uma leitura dos períodos históricos que aqui se encontram e, ao mesmo tempo, haver uma fruição pública deste património”, salientou Alexandra Gonçalves.

“Devolver o património à população”

Já o presidente da autarquia referiu que esta obra “enquadra-se na política da câmara municipal, que é a de valorizar o nosso património histórico, que não é extenso, mas que o temos”.

“Como tal, tem que ser recuperado e devolvido à população a qual tem que conhecer as suas raízes para que possa estimar cada vez mais Albufeira”, explicou Carlos Silva e Sousa, salientando que “um dos objetivos programáticos da regeneração urbana é que os privados também invistam nas áreas urbanas e, neste momento, Albufeira já tem intenções de investimento privado na ordem dos seis milhões de euros, pelo que o investimento público terá que ser de três milhões para o efeito”.

Por seu turno, o presidente da assembleia municipal de Albufeira, Paulo Freitas, destacou que “toda a obra é controversa” e, por isso, “a crítica está sempre ao lado do desafio”. “Aqui, vemos o que é possível fazer-se de acordo com as opções técnica e arqueológica adequadas. Aprendemos todos muito mais com esta solução, sendo ela minimalista, pois salvaguardamos o que está por baixo dos nossos pés, permitindo em simultâneo revisitar o que foi o princípio desta cidade”, rematou Paulo Freitas.

JA

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