Via do Infante poupa vidas e tempo precioso

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Uma viagem de automóvel entre Lagoa e Lagos pode demorar o triplo do tempo se o condutor tiver de optar pela estrada nacional, em vez da autoestrada.

O alerta foi lançado pelos deputados municipais de Portimão, que aprovaram três moções contra a introdução de portagens na região.

Entre as razões mais fortes está a redução drástica da sinistralidade na antiga “estrada da morte” e a enorme poupança de tempo que a Via do Infante permite.

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A Assembleia Municipal de Portimão aprovou recentemente as moções de PS, CDS-PP e BE contra a introdução de portagens na Via do Infante (A22).

A moção dos socialistas realça que o último lanço a ser construído, que atravessa os concelhos de Lagoa, Portimão e Lagos, numa extensão de 37,8 quilómetros, serve uma população de 80 mil pessoas no inverno e 350 mil no verão.

“Trata-se de um lanço que possibilita um trânsito rápido em condições de alta segurança, como se verifica pela redução drástica dos níveis de acidentação e mortalidade na nacional 125, uma das mais perigosas do país”, frisa a moção socialista, aprovada por maioria.

O documento acentua ainda que “a poupança de tempo no percurso de 40 quilómetros é de 45 minutos, no período não estival, e de mais de 90 minutos, no período estival”.

Não menos importante é a redução da sinistralidade que se verifica nos últimos anos na região algarvia, que coincide com a conclusão da Via do Infante.

Segundo os dados oficiais, há apenas uma década morria mais de uma centena de pessoas nas estradas algarvias todos os anos. Entretanto, nos últimos anos houve uma grande diminuição da mortalidade, sendo que o recorde positivo foi alcançado em 2009, ano em que “apenas” 42 pessoas perderam a vida na região! São menos 72 mortes que no ano 2000!!!

“Argumento de que há escolha é absolutamente falso”

Os socialistas de Portimão realçam também que a EN 125 é a única via que poderia ser apontada pelo Governo como uma alternativa para justificar portagens. No entanto, sublinham que as obras de melhoria da estrada nacional ainda não foram executadas e, como tal, “continua sem existir qualquer alternativa rodoviária funcional na região”.

A moção do CDS-PP, aprovada por unanimidade, considera as portagens “ilegais”, salientando que “a estrada nacional 125, mesmo se requalificada, não constitui uma alternativa à Via do Infante, tendo em conta as numerosas localidades que atravessa e os vários estrangulamentos que apresenta”.

Já a moção do BE, igualmente aprovada por unanimidade pela assembleia municipal, sublinha que “não só a A22 não preenche os requisitos de uma autoestrada, como a EN 125 não constitui alternativa credível, sendo um dos eixos rodoviários mais perigosos da Europa e cuja requalificação está longe de estar concluída”.

Os bloquistas recordam ainda que, em abril de 2009, o então ministro das Obras Públicas admitiu que “o Algarve não tem alternativa à Via do Infante” e que, por isso, o argumento de que há escolha é “absolutamente falso”.

Em comum, todos os partidos dizem assim que a introdução de portagens na Via do Infante teria um impacto tremendo no Algarve e apelam ao Governo para desistir dessa ideia.

Nuno Couto/Jornal do Algarve
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