O vice-presidente Luís Carito e o vereador Jorge Campos da Câmara de Portimão vão continuar a ser ouvidos esta tarde no Campus de Justiça de Lisboa, depois de terem passado a noite no estabelecimento prisional junto à Polícia Judiciária. A PJ confirmou que Luís Carito tirou um papel das mãos do inspetor que realizava buscas na residência do autarca e… engoliu-o.
Às 9h00 desta sexta-feira recomeçaram os interrogatórios mas só ao início desta noite deverão ser conhecidas as medidas de coação.
Luís Carito e Jorge Campos foram detidos na quarta-feira após buscas nos gabinetes municipais e nas suas residências. São suspeitos de crimes económicos e financeiros.
A investigação da PJ partiu de denúncias anónimas que remontam a 2011 e que envolvem a empresa municipal Portimão Urbis (que já foi alvo de buscas por causa de obras polémicas, como o estádio do Portimonense, em abril de 2012) e a Picture Portugal, de iniciativa privada, que pretende construir uma “cidade do cinema” em Portimão.
Em comunicado, a Procuradia-geral da República acusa Luís Carito e Jorge Campos de administração danosa, branqueamento e corrupção, pela sua atividade e gestão da Portimão Urbis. Os dois autarcas faziam parte do conselho de administração na altura dos factos.
Segundo fonte policial, além do vice-presidente e do vereador, foram também detidos Lélio Branca, administrador da Portimão Urbis e dois empresários: Artur Curado, director da Algarve Film Comission, e Luís Marreiros, director da Pictures Portugal.
Num curto comunicado enviado à comunicação social, a autarquia indicou que as buscas estão relacionadas com diligências processuais de que são alvo os dois autarcas, eleitos pelo Partido Socialista.