Vídeo do Boko Haram prova que algumas das raparigas de Chibok estão vivas

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Mais de 200 estudantes nigerianas mantêm-se reféns do grupo terrorista Boko Haram desde maio de 2014

Um vídeo divulgado na madrugada desta quinta-feira mostra que algumas das 276 raparigas raptadas pelo grupo terrorista Boko Haram há dois anos, de uma escola da aldeia de Chibok, ainda estão vivas.

As imagens, que segundo a BBC parecem ter sido captadas em dezembro, foram enviadas ao governo da Nigéria pelo grupo. Nelas vêem-se 15 raparigas com vestidos longos pretos a declararem que pertencem ao grupo de raparigas raptadas daquela escola. Algumas já foram identificadas pelos pais.

Esta é a primeira vez que imagens das raparigas vêm a público desde maio de 2014, um mês depois do seu rapto pelo Boko Haram, quando a primeira-dama norte-americana Michelle Obama e uma série de celebridades lançaram a campanha #BringBackOurGirls nas redes sociais.

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O caso caiu rapidamente no esquecimento, com a maioria das raparigas, com idades entre 12 e 19 anos, a continuarem desaparecidas. Logo a seguir ao rapto, que aconteceu na madrugada de 14 para 15 de abril de 2014 no colégio do estado de Borno, o Boko Haram divulgou um vídeo a mostrar pelo menos 100 das raparigas, exigindo uma troca de prisioneiros. Nesse vídeo, o líder do grupo terrorista Abubakar Shekau dizia que todas se tinham convertido ao Islão e que iam ser vendidas para tráfico ou ser forçadas a casar com militantes do grupo.

À medida que os meses foram passando, 57 raparigas conseguiram fugir do cativeiro, mas pelo menos 219 continuaram em paradeiro desconhecido. No novo vídeo, que parece ter sido filmado no último Natal e ao qual a CNN teve acesso, mostra algumas das raparigas a pedirem ao novo Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, que coopere com o Boko Haram para as libertar.

Para esta quinta-feira é esperada uma marcha de centenas de pessoas na capital, Abuja, incluindo os pais das raparigas desaparecidas, para exigir ao governo que faça mais para as trazer sãs e salvas para casa.

De acordo com a Amnistia Internacional, pelo menos 2000 raparigas com idades até 20 anos foram raptadas pelo Boko Haram desde 2014. São, sobretudo, vendidas ou usadas como escravas sexuais, com muitas outras a serem obrigadas a tornarem-se bombistas-suicidas.

Joana Azevedo Viana (Rede Expresso)

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