O presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) fez chegar ao gabinete da ministra Paula Teixeira da Cruz um pedido de suspensão de funções – António Figueiredo é um dos 11 detidos no caso dos vistos gold. Já a secretária-geral do Ministério, Maria Antónia Anes, deixou escrita a carta de demissão antes de ser detida. Segundo adianta ao Expresso fonte do Ministério, são “situações distintas”.
Albertina Gonçalves, secretária-geral do Ministério do Ambiente, também se demitiu esta sexta-feira depois de ter sido ouvida na véspera pela Polícia Judiciária. O seu pedido de demissão foi “prontamente aceite” pelo ministro Jorge Moreira da Silva, refere uma nota do ministério enviada à redação do Expresso.
Albertina Gonçalves, que também é sócia do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, num escritório de advogados, não foi detida mas demitiu-se depois de o seu gabinete ter sido alvo de buscas pelos inspetores da PJ durante cerca de quatro horas.
Onze pessoas foram detidas quinta-feira no âmbito de uma investigação conduzida pela PJ que tem por objeto suspeitas de corrupção no programa de atribuição de vistos gold a cidadãos estrangeiros. Entre os detidos está também o diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
A megaoperação “Labirinto” mobilizou 200 inspetores da PJ em todo o país. De acordo com a Procuradoria-geral da República (PGR), nenhum membro do Governo foi visado neste inquérito.
Foram feitas 60 buscas, nomeadamente no Instituto dos Registos e Notariados e em instalações dos ministérios da Justiça, da Administração Interna e do Ambiente. Também a sede do SEF em Porto Salvo, Oeiras, e a Direção Regional de Lisboa, Vale do Tejo e Alentejo estiveram sob o crivo dos agentes, que apreenderam centenas de documentos.
RE