Vítor Bento diz que aceitou liderar o BES por “dever quase patriótico”

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Vítor Bento garante que a grande maioria dos depositantes “continua fiel” à instituição

Vítor Bento garantiu esta quinta-feira que só aceitou o convite para liderar o BES porque entendeu tratar-se de “um dever quase patriótico”, mas sublinhou que não tinha noção da situação do banco. Admitiu vender ativos, mas negou-se a adiantar mais dados sobre os planos para o futuro.

“O convite foi completamente inesperado. Estava fora das minhas conjeturas. Mas foi um dever quase patriótico. Eu tinha a melhor vida possível, liderava uma empresa eficiente, que presta um serviço muito útil, tinha tempo para uma atividade cívica que prezo muito e era bem remunerado”, afirmou Vitor Bento, em entrevista à SIC.

“Preferia que as coisas tivessem decorrido como estavam previstas. Não tinha qualquer interesse em meter-me nesta aventura, mas deixei-me convencer”, acrescentou.

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Relativamente aos ativos do banco, Vitor Bento admitiu vender alguns, mas “sem pôr em causa a capacidade importante que podem ter para o banco, que tem que ser projetado num horizonte de longo prazo.”

Questionado sobre uma eventual venda da participação na PT, negou-se a dar uma resposta: “Não ia fazer uma declaração neste momento sobre concretamente o que vamos vender”, afirmou.

Segundo Vítor Vento, os atuais depositantes do BES devem continuar a confiar no banco, sublinhando que a solução apresentada este domingo pelo governador do Banco de Portugal salvaguarda os seus interesses. “Os ativos mais problemáticos foram desviados. O banco hoje é mais seguro, mais forte do que na sexta-feira passada.”

Ainda que reconheça que alguns depositantes querem sair do banco, Vítor Bento assegurou que a grande maioria dos depositantes “continua fiel” à instituição.

Redimensionar o banco

Sobre a estratégia para o Novo Banco, o presidente do conselho de administração disse que a prioridade é manter o banco viável e só depois rentável. “O banco foi partido e ainda se estão a acertar os termos exatos dos clientes. O meu esforço é que esta instituição se mantenha viável. Agora tenho o desafio também de a tornar rentável, que vai levar o seu tempo e que significa criar mecanismos para a criação de receita e ajustar estrutura de custos”, declarou.

“Tenho que ter também como desígnio que os vários clientes do banco tenham a mesma qualidade de serviço”, realçou.

Vitor Bento revelou ainda que está em curso a elaboração de um plano de reestruturação do banco, que deverá estar pronto dentro de 1 ou 3 meses. “Vai ter de haver um redimensionamento do banco, mas terá de ser visto com os stakeholders.”

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