A Europa está a envelhecer e precisa da imigração para contrariar o “suicídio demográfico” em curso e para manter a sua força de trabalho, defende o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vitor Constâncio.
Numa entrevista dada à Reuters, o ex-ministro das Finanças e antigo secretário-geral do PS afirma que “para alterar as tendências demográficas, promover a natalidade não é o suficiente”. A imigração deve também ser considerada, acrescenta Constâncio. Caso contrário, “estaremos a criar grandes dificuldades para o crescimento e para o bem-estar das gerações futuras”.
Na entrevista, Vitor Constâncio sublinha o desejo do BCE de imprimir mais dinheiro, mas adverte não serem realistas as expectativas de que o banco central pode, sozinho, dar a volta à economia da zona do euro. A imigração sim, insiste, pode ajudar.
Constâncio explica que o potencial de crescimento económico da Europa foi fraco, devido a fatores que incluem um mercado de trabalho em retração, algo que a política monetária não pode resolver. “O potencial de crescimento é muito baixo e nas condições atuais tememos que este venha a ser um período prolongado de baixo crescimento”, afirma à Reuters.
Para o vice-presidente do BCE, a elevada taxa de desemprego na Europa explica a forte reação contra a imigração, acrescentando que essa percentagem tão alta de pessoas desempregadas está a “desestabilizar o continente”.
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