Volta ao Algarve: Pogacar venceu e Amaro Antunes foi o melhor português

ouvir notícia

FOTO OFICIAL VOLTA AO ALGARVE

O ciclista algarvio Amaro Antunes (CCC) foi o melhor português da Volta ao Algarve, alcançando o oitavo posto da classificação geral, voltando assim a estar entre os melhores. O ciclista natural de Vila Real de Santo António deu nas vistas principalmente nas subidas, onde se destacou na Fóia e no Malhão.

O herói da volta foi o esoloveno Tadej Pogačar (UAE Team Emirates), que conquistou a 45ª Volta ao Algarve, resistindo a todos os ataques que sofreu na última etapa, uma ligação de 173,5 quilómetros, entre Faro e o alto do Malhão, ganha ontem pelo checo Zdeněk Štybar (Deceuninck-Quick Step).

Os 40 quilómetros finais da etapa foram eletrizantes, plenos de emoção e de ataques consistentes, que valorizaram o triunfo final do esloveno de 20 anos. O dinamarquês Søren Kragh Andersen (Team Sunweb) partiu para a derradeira etapa na segunda posição, apenas a 29 segundos do comandante.

- Publicidade -

Após a primeira passagem no Malhão, em que a Team Sky e a Team Sunweb dizimaram o pelotão com um ritmo violento, Søren Kragh Andersen tentou apoderar-se da camisola amarela. O corredor nórdico arrancou do grupo dos favoritos em plena subida para Vermelhos, a 22 quilómetros do final. Teve a companhia de Zdeněk Štybar, Stephen Cummings (Team DImension Data) e David de la Cruz (Team Sky), mas foi Søren Kragh Andersen a arcar com a maior parte do trabalho, que lhe permitiu entrar na última escalada ao Malhão com 1m20s de vantagem sobre o grupo dos candidatos.

A subida final deixou na frente apenas Søren Kragh Andersen e Zdeněk Štybar mas o mais interessante da corrida jogava-se atrás, onde os ataques se sucediam, assinados por gente como Amaro Antunes (CCC Team), Wouter Poels (Team Sky) ou Enric Mas (Deceuninck-Quick Step), aos quais Sam Oomen (Team Sunweb) ia respondendo como podia, em defesa de Kragh Andersen.

As movimentações dos favoritos tiveram o condão de aproximar o grupo de trás da cabeça de corrida. Demonstrando uma maturidade surpreendente para os 20 anos de idade, Tadej Pogačar não tremeu perante a ausência de companheiros de equipa nem foi ao choque perante as investidas rivais. O sangue-frio permitiu-lhe segurar a Camisola Amarela Turismo do Algarve, até porque o adversário mais perigoso, Søren Kragh Andersen pagou o preço da ousadia e claudicou em cabeça de corrida.

Zdeněk Štybar cortou a meta isolado, ao fim de 4h13m48s de uma etapa de montanha corrida à espantosa média de 41,017 km/h. Søren Kragh Andersen gastou mais 3 segundos e Wouter Poels, vindo de trás, ficou a 9 segundos.

“É o terceiro ano que ataco nesta etapa do Malhão. No ano passado estava igualmente em boa forma mas fiquei bloqueado nos últimos metros. Desta vez correu bem melhor, consegui vencer e isso, em termos de confiança, faz uma grande diferença. Este triunfo é a confirmação do trabalho no Inverno. A forma está lá, e agora espero aproveitá-la nas próximas corridas e estar bem na temporada das Clássicas”, frisou Štybar.

Tadej Pogačar foi o sexto, a 18 segundos, sucedendo a Michal Kwiatkowski como vencedor da Volta ao Algarve. O corredor da UAE Team Emirates é o segundo ciclista da Eslovénia a revelar-se ao mundo do ciclismo na corrida portuguesa, depois de Primož Roglič ter vencido em 2017.

O novo herói da Volta ao Algarve conquistou, assim, a primeira corrida ao serviço de uma equipa do WorldTour, gastando 19h26m34s para completar as cinco etapas. Søren Kragh Andersen foi o segundo, a 14 segundos, e o holandês Wouter Poels fechou o pódio, a 21 segundos.

“Quando cruzei o risco não sabia a diferença. Disseram-me que ganhara e não consigo descrever como me senti feliz. Obrigado à minha equipa por me ajudarem a vencer. Os meus colegas puxaram na frente do pelotão durante toda a etapa e não os queria desiludir. A etapa foi muito rápida e especialmente nervosa nos últimos 50 quilómetros. Foi difícil ser paciente e não responder diretamente aos ataques dos meus adversários na parte final, mas os meus colegas estavam fortes e depositei neles toda a minha confiança. Depois deste triunfo vou fazer um ‘reset’ e voltar a focar-me no que a equipa me pedirá. É espetacular repetir a vitória de Primož Roglič e tornar-me o segundo esloveno a vencer no Algarve. O ciclismo na Eslovénia está a crescer e certamente iremos ver mais eslovenos no WorldTour. Gostei de correr no Algarve. Esta vitória ficará na minha memória e espero regressar mais vezes”, declarou o vencedor.

Todas as classificações foram conquistadas pelas equipas WorldTour. Tadej Pogačar juntou classificação da juventude à geral individual, o campeão da Alemanha de fundo, Pascal Ackermann (Bora-hansgrohe) levou na bagagem a Camisola Vermelha Cofidis, dos pontos, e o belga Tim Declercq (Deceuninck-Quick Step) aproveitou a fuga de hoje, na qual foi um dos 13 elementos presentes, para tomar conta da camisola azul de melhor trepador. A Team Sky impôs-se coletivamente.

- Publicidade -

Deixe um comentário

+Notícias

Exclusivos

Deixe um comentário

Por favor digite o seu comentário!
Por favor, digite o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.