VRSA: Associação Naval exige “mais justiça” na atribuição de apoios a clubes

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DOMINGOS VIEGAS

A Associação Naval do Guadiana (ANG) considera-se “injustiçada” com a política de atribuição de apoios a clubes por parte da Câmara de Vila Real de Santo António e, recentemente, enviou uma carta aos diversos órgãos autárquicos e aos restantes clubes do concelho, onde propõe algumas alterações que considera “fundamentais” para que passe a existir mais “justiça e equidade para todos”.


“A Câmara enviou-nos uma minuta de um pretenso programa de apoio que, no nosso entender, é pouco claro e pouco objetivo. Houve reuniões com alguns clubes, mas, a ANG, tal como outros, não foi ouvida, por isso decidimos dar conhecimento da nossa posição, por escrito. Não é uma crítica, mas sim um contributo, porque compreendemos que a situação é difícil e, atualmente, a Câmara não pode dar subsídios como o fez no passado”, explicou, entretanto, Luís Madeira ao Jornal do Algarve.

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A ANG defende que, numa altura em que os apoios financeiros são escassos ou nulos, a utilização das infraestruturas desportivas e das viaturas municipais deve ser quantificada.

“Só assim é que os órgãos autárquicos e os intervenientes no desporto local podem ficar a saber que a Câmara não deu dinheiro a este ou àquele clube, mas que estes tiveram outras ajudas que representam um determinado valor. Não receberam apoios monetários, mas não deixa de ser dinheiro público concedido de outra forma”, defende aquele dirigente.


Outra das reivindicações da ANG é a existência de um critério “claro e objetivo” para a atribuição de instalações e de transporte.

“São os escalões juvenis ou os seniores? São as competições regionais ou as nacionais? Porque é que umas modalidades ou clubes têm e depois para outros já não há? Ao não estar definido, fica sempre ao livre arbítrio de quem decide. E nos últimos seis ou sete anos têm sido concedidos muitos apoios avulso”, refere.


Luís Madeira considera que a ANG “tem sido sempre prejudicada” porque não utiliza instalações nem transporte municipais e nunca foi compensada por isso.

“Não podemos transportar barcos nos autocarros da Câmara. Ainda recentemente comprámos mais três carrinhas. Além disso, temos que pagar manutenção, combustível e portagens, pagamos gás, pagamos água à Câmara e luz à EDP. E aqui a prática desportiva é gratuita para todos, sejam eles federados ou do desporto escolar”, explica.


Confrontado com o facto da ANG explorar uma infraestrutura (porto de recreio) e de ter, por essa via, uma receita que outros clubes não têm, o dirigente foi perentório: “É um argumento usado por muitas pessoas, mas que é falacioso e maldoso. A ANG explora um equipamento que não pertence à Câmara, por isso não pode deixar de ter os mesmos direitos que tem qualquer outro clube. E é preciso que isto fique claro de uma vez por todas: a ANG concorreu, no âmbito de um concurso público promovido pela entidade portuária, e, para explorar o porto de recreio, paga taxas elevadíssimas de centenas de milhares de euros por ano”.


Luís Madeira frisa, ainda, que a ANG “não é um clube rico, como muitos dizem”. A ANG “é um clube que trabalha, que se esforça para ter receitas próprias e não viver de subsídios. Tudo o que conseguimos é para investir na atividade desportiva, em equipamento e numas instalações que continuam a dignificar a cidade e são uma das principais alavancas da economia local”.


“Com essas receitas, a ANG facilita a prática desportiva náutica, que é cara, gratuitamente aos jovens, paga ordenados a 47 funcionários e investe constantemente na melhoria do porto de recreio. Além das receitas próprias, a ANG também faz investimentos recorrendo a crédito bancário avalizado pelos seus diretores. Mas sobre isso ninguém fala. Oxalá que os restantes clubes do concelho encontrem fontes de receita para poder fazer o mesmo e evitar o seu desaparecimento, porque não é isso que se pretende”, refere o presidente da ANG.

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