Uma verba de meio milhão de euros anual é quanto a Câmara de Vila Real de Santo António vai poupar com a fusão da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) noutra empresa municipal,revelou o presidente da autarquia.
Em declarações à agência Lusa, Luís Gomes explicou que a fusão da SRU na outra empresa municipal existente no concelho, a Sociedade de Gestão Urbana (SGU), “vai permitir à câmara conter os custos de funcionamento” em tempos de crise, precisando que “a poupança que pode representar anualmente é da ordem dos 500.000 euros”.
“A legislação foi alterada e as empresas municipais de fins gerais podem incluir agora a componente de reabilitação urbana”, explicou Luís Gomes, precisando que o anterior regime jurídico obrigava a ter uma empresa específica para a Reabilitação Urbana e agora foi possível passar essa área para “uma empresa municipal com um carácter mais geral”.
O autarca frisou que, “como se está num período de contenção, em que é preciso criar formas de gestão que tenham em vista a operacionalização de meios e custos, decidiu-se fundir as duas empresas e assim baixar custos globais de funcionamento”.
“Naturalmente que numa altura de dificuldades económicas e financeiras do país não mandámos ninguém (funcionário) para a rua, mas há custos que têm a ver com a administração que antes tínhamos e agora já não temos”, respondeu o autarca quando questionado sobre se tinha havido cortes no pessoal.
As dificuldades de financiamento e de contração de dívida por parte da autarquia foram razões invocadas pelo autarca para justificar a passagem da gestão e exploração dos Sistemas de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais do concelho para a empresa municipal Sociedade de Gestão Urbana (SGU).
Luís Gomes disse à Lusa que esta passagem “tem repercussões em termos de maior capacidade de resposta para se executar intervenções e obras que a câmara, por si, com a limitação dos níveis de endividamento que existem hoje, não tem possibilidade de fazer”.
O autarca frisou também que “é importante ter uma componente empresarial da gestão das próprias águas, de forma a que se consiga ter uma gestão mais controlada em termos de custos e receitas específicos no setor”.
“Esta é uma maneira de, por ora, o sistema funcionar de igual forma, com as mesmas pessoas, apenas mudando a entidade de gestão, que passa a ser a empresa municipal, totalmente detida pela câmara”, afirmou.
Sobre os funcionários, Luís Gomes disse ainda não estar nada decidido, mas há várias hipóteses em cima da mesa, como a sua “passagem para a empresa municipal, sem perderem vínculo à Administração pública” ou a “a câmara prestar um serviço à empresa com esse funcionários”.
***Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***
Lusa/JA