Parcialidades

A importância dos comentadores nos canais clássicos e de notícias, tem tido sérios desenvolvimentos nos últimos tempos talvez por que se pensa muito mais, nos tempos que correm, sobre as enormes potencialidades dos seus tempos de antena. Penso que, como em quase tudo, desde a apanha do berbigão até à mecânica quântica, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Claro que Montenegro avançou com Bugalho, porque alguns, que ele, Montenegro, toma por peritos em tanguear o povo deram por bom, dizendo mais ou menos o seguinte: “isto vai ser uma lufada de ar fresco, vamos rebentar com eles”. Como o PS não tem nenhuma destas vedetas de aviário (nem de aviário nem de outras, diga-se de passagem), apostaram numa beta de esquerda, que também aparecia todos os dias na televisão. Por isso, já alguém já antes de mim (blogue do “Dalai Lima” em dezasseis de Maio), vaticinou que as eleições europeias se vão disputar entre uma beta de esquerda, um beto de direita e um analfabeto; dou de barato. Estas coisas da painelisse (comentadores entronizados em painéis) são então uma profissão de futuro, mas não, pelo menos enquanto existir, felizmente, o “Preço Certo”, ou seja, gente que vem a Lisboa, numa carrinha da junta de freguesia, carregada de bandeirinhas e pastéis de feijão, tudo oferta da confeitaria “Beira Rio”.

Tenho nos últimos tempos, olhado para o que a vox populi diz sobre os tais painéis e espanto-me por que uma ampla maioria dos que escrevem textos públicos, mesmo a coberto do anonimato (por isso os fazem públicos), afirmam a pés juntos que o grande problema dos tais comentadores, é o de não serem imparciais. Ora um comentador imparcial é como os glutões do Presto; só existe se acreditamos muito nisso. Até eu, quando estou a ver um jogo de futebol, daqueles que o Canal 11 transmite, entre o oitavo e o décimo classificado da segunda divisão da Polónia, tenho que tirar partido, geralmente pelos mais fracos ou os que têm mais nomes impronunciáveis como Kzinamarsky. Se no futebol é assim como não será em política? Eu sei o que me estão a dizer, que ser imparcial é ser equidistante e aqui não há equidistância possível. O que deveria existir seria uma declaração de intenções, ou seja, as pessoas dizerem ao que vão; serem intelectualmente honestos (como diz, mas pratica pouco, Bugalho) e não se fazerem passar por anjinhos papudos. Ou então eu desconheço o que é uma pessoa imparcial. A questão é que uma grande parte dos paineleiros tem uma agenda, um objectivo e um amo, e hipoteticamente um amor por determinada zona do naipe político. É humano! Estamos aqui num campo em que ninguém põe todas as cartas na mesa, e a solução será a de não se lhes dar muito crédito e em caso de dúvida sair de casa e beber uma cervejinha fresca e uns amendoins.

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